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Linha Direta

China investe no mercado regional de armas e equipamentos de guerra

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A China se tornou esta semana o terceiro maior exportador de armas e equipamento militar do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Rússia. O país ocupa um papel cada vez mais importante na estratégica indústria de armamentos e anunciou recentemente um aumento de 10% em seu orçamento militar.

A China se tornou o terceiro maior exportador de armas no mundo.
A China se tornou o terceiro maior exportador de armas no mundo. REUTERS/Alex Lee
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Luiza Duarte, correspondente da RFI em Hong Kong

O levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estocolmo para a Pesquisa da Paz (Sipri, na sigla em inglês) se baseia no volume de armas entregues e não no valor dos contratos. Os chineses antes ocupavam apenas o nono lugar na lista dos grandes exportadores de aviões de guerra, navios, armas brancas e outros artefatos militares. O país investiu em pesquisa e contratou profissionais especializados, o que possibilitou uma expansão comercial de mais de 140% entre 2010 e o ano passado.

Nos últimos cinco anos, a China deixou para trás a Alemanha, a França e o Reino Unido. Hoje, ela ocupa o terceiro lugar no ranking dos países que mais exportam armamentos. Em contrapartida, as vendas de mercadorias francesas e alemãs caíram 27% e 43% respectivamente.

Maiores clientes são vizinhos asiáticos

Dois terços das armas que saem da China têm como destino final o Paquistão, Bangladesh e Mianmar. A China também vendeu armamentos para 18 países africanos. Ao todo, 35 nações estão na lista de clientes, mas mais de 40% das exportações são destinadas ao Paquistão.

Mesmo tento despontado rapidamente como um importante ator neste setor, a China responde apenas por 5% das armas comercializadas no mercado externo e está longe dos dois primeiros colocados. Os Estados Unidos, que conservam a primeira posição, são responsáveis por 31% da exportação mundial e a Rússia por 27%.

Os dados do relatório do Sipri revelam que comércio global de armas aumentou em 16% nos últimos cinco anos, se comparado ao período entre 2005 e 2009.

Outro país emergente que tem chamado a atenção na área da defesa é a Índia, que se consolida como o maior comprador de armas e equipamentos militares do planeta. Sozinho, o país concentra 15% do mercado. Em segundo lugar aparece a Arábia Saudita e em terceiro, a China. A Índia se abastece principalmente de armamentos russos. O país asiático absorve 70% das exportações da Rússia. Já os americanos vendem principalmente para a Coreia do Sul, mas têm uma lista de compradores mais diversificada.

Aumento das exportações tem relação direta com o aumento de conflitos

Essa indústria estratégica tem implicação direta com os conflitos que acompanhamos atualmente em diversos países e precisa ser regulada.

Sobre o relatório, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hong Lei, comentou que o país tem uma “abordagem cautelosa” em relação às exportações da indústria bélica e diz respeitar resoluções das Nações Unidas e legislações locais. Segundo Lei, as exportações de armas ajudam o país comprador a assegurar a legítima defesa e não comprometem a paz e a estabilidade regional ou internacional. O representante garantiu que a segunda maior economia do mundo não interfere em assuntos domésticos de outros países.

A versão oficial contradiz, no entanto, a realidade. Atualmente, os chineses estão envolvidos com boa parte de seus vizinhos em uma série de disputas territoriais marítimas no mar do sul da China. A tensão regional pela disputa de fronteiras levou a China a multiplicar a construção de ilhas artificiais para abrigar bases militares em pontos estratégicos.

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