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Linha Direta

Maioria republicana no Congresso será entrave aos projetos de Obama

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Esta semana o Partido Republicano assumiu pela primeira vez em oito anos o controle do Congresso nos Estados Unidos. Os opositores de Barack Obama prometem que farão de tudo para conter o que o presidente americano já conquistou e impedir que a agenda democrata avance. Entre os muitos embates de republicanos com democratas devem receber atenção especial e imediata o projeto do oleoduto Keystone XL, as reformas da imigração e da saúde, além de questões de política externa e defesa.  

Os republicanos assumirão nesta terça-feira(6) a maioria no Congresso dos Estados Unidos.
Os republicanos assumirão nesta terça-feira(6) a maioria no Congresso dos Estados Unidos. REUTERS/Jonathan Ernst
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Ligia Hougland, correspondente da RFI em Washington

O tom do pronunciamento inaugural do novo líder da maioria, Mitch McConnell, foi amargo e enviou uma mensagem de confronto, não de parceria. O republicano de Kentucky, inclusive, aproveitou para atribuir especificamente ao seu partido o louro do crescimento de 5% da economia norte-americana no terceiro semestre de 2014, uma taxa recorde em mais de uma década, em um pronunciamento tão cheio de elogios aos colegas conservadores quanto de críticas à Casa Branca.

John Boehner, presidente da Câmara, se mostrou mais disposto a ter um diálogo produtivo com os democratas. Mas, de modo geral, os republicanos estão animados porque acreditam que vão conseguir conter Obama.

Construção do oleoduto

A construção do Keystone XL é polêmica, e vai causar forte atrito entre o Congresso e a Casa Branca. Os republicanos promovem o oleoduto dizendo que vai criar empregos, ajudando a economia a crescer ainda mais. Já os democratas dizem que o oleoduto é péssimo para o meio-ambiente. A verdade é que o Departamento de Estado fez um relatório abrangente sobre o possível oleoduto que não apóia as alegações dos republicanos nem dos democratas. Segundo o estudo, o Keystone XL deve gerar apenas umas poucas dezenas de empregos permanentes, e o seu impacto sobre o meio-ambiente seria mínimo.

O oleoduto é um símbolo político dos republicanos, e a Câmara de Representantes deve votar nesta sexta-feira um texto que autoriza a construção imediata do Keystone XL. É muito provável que a maioria republicana aprove o projeto na Câmara e no Senado, mas a Casa Branca já avisou esta semana que Obama está disposto a vetar o projeto, se for preciso. No entanto, o porta-voz do Poder Executivo, Josh Earnest, disse que a posição de Obama quanto ao oleoduto ainda pode mudar.

Sistema de saúde

Há outros empasses para manter o Congresso e a Casa Branca ocupados. Os republicanos se elegeram com a promessa de que podariam a reforma do sistema de saúde, que é a bandeira do governo Obama e uma das questões que mais incomodam os conservadores. Eles especificamente dizem que vão acabar com a definição do Obamacare de jornada de trabalho de 30 horas semanais.

Os republicanos também pretendem enfrentar Obama quanto à reforma da imigração por meio de um projeto que financiaria o Departamento de Segurança Nacional, ao mesmo tempo que bloquearia as ordens executivas anunciadas no ano passado. Além disso, certamente vai haver muita oposição à reaproximação com Cuba e críticas pesadas ao governo Obama durante os procedimentos para confirmar Ashton Carter, como secretário de Defesa, e Loretta Lynch, como procuradora-geral, embora os republicanos, a princípio, não pareçam ter nada contra essas nomeações.

Eleição presidencial

Para a próxima eleição presidencial, Jeb Bush, ex-governador da Flórida e irmão de George W. Bush, está rapidamente montando uma campanha e tentando conseguir o máximo de apoio possível dentro do Partido Republicano e sua equipe está organizando eventos em Washington e outras cidades para conseguir doações por meio de comitês que levam o emblema Right to Rise (uma referência ao “direito de subir na vida). A família Bush não foi grande fã da candidatura de Mitt Romney em 2012 e agora parece estar pronta para tentar retomar a Casa Branca.

Outros possíveis candidatos republicanos são o senador Marco Rubio, também da Flórida, e o polêmico Chris Christie, governador de Nova Jersey. E ainda se fala em uma terceira tentativa de Romney para se eleger presidente. Do lado dos democratas, a candidata mais óbvia é Hillary Clinton, mas a eleição da ex-senadora e secretária de Estado não vai ser fácil, pois seus opositores têm muita munição contra ela.

E os liberais de linha dura andam encantados com a nova senadora de Massachusetts, Elizabeth Warren, que conta com um apelo populista que Hillary não têm, além de vir sem a bagagem da ex-secretária de Estado. Por enquanto, a senadora de Massachusetts nega ter pretensões presidenciais. Também poderemos ver na disputa democrata o vice-presidente, Joe Biden, o governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, e o ex-senador pelo estado da Virgínia, Jim Webb.

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