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Linha Direta

Após crise grave, espanhóis voltam a consumir neste Natal

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Os espanhóis deixaram a crise de lado neste Natal e devem bater recorde de compras neste fim de ano. As principais previsões de vendas e contratações durante o mês de dezembro são as mais otimistas desde o 2007, alimentando as teses de que a Espanha deixou a crise para trás em 2014.

Consumidores espanhóis nas compras de Natal em um mercado na Plaza Mayor, centro de Madri, em foto de 10 de dezembro de 2014.
Consumidores espanhóis nas compras de Natal em um mercado na Plaza Mayor, centro de Madri, em foto de 10 de dezembro de 2014. REUTERS/Susana Vera
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Luisa Belchior, correspondente da RFI Brasil em Madri

A federação das grandes empresas da Espanha  - associação que agrupa as 20 principais cadeias do país - estima crescimento de 1% das vendas na comparação com o último Natal, o maior desde 2007.

No comércio online, as previsões são ainda mais otimistas. A Amazon, gigante norte-americana de compras pela internet, anunciou que já bateu em dezembro todos os seus recordes de vendas na Espanha. Outro bom número é o de contratação de trabalhadores temporários, que também atingiu os níveis de 2007. Segundo a agência de empregos Randstad, a maior na Espanha, neste Natal foram gerados 641.500 empregos temporários no país.

Os principais bairros de compra da cidade estão bastante cheios durante os fins de semana e no fim de tarde, após a jornada de trabalho. Nos últimos dois fins de semana de dezembro, por exemplo, a polícia chegou a bloquear os acessos ao metrô da Porta do Sol, o centro turístico de Madri, por conta do alto número de pessoas.

Fatores do aumento do consumo

Bom, podemos falar de uma combinação de fatores. O primeiro é que as previsões são de que o gasto médio por presente dos espanhóis será mais baixo que no ano passado, mas isso lhe permitirá comprar mais no total. Além disso, o poder de compras e de confiança dos cidadãos do país de fato melhorou, ainda que pouco. E a Espanha está aos poucos se livrando da espiral de inflação baixa que assombra a União Europeia e coloca o país em risco de uma nova recessão. O país é um dos poucos que ficaram de fora das estimativas do Banco Central Europeu de que o bloco pode enfrentar uma grave crise de deflação em 2015.

É fato que esse bom desempenho nas vendas de Natal alimentou essa tese, sustentada este ano por alguns economistas e o governo. O primeiro-ministro Mariano Rajoy, inclusive, decretou há duas semanas no Congresso o fim definitivo e oficial da crise na Espanha.

Mas o país ainda enfrenta gargalos econômicos e precisa aprovar reformas fiscais e econômicas para sair dele, e portanto a maioria das análises prevê dificuldades na economia até 2020. Além, é claro, dos altos níveis de desemprego, ainda no topo deste ranking na União Europeia. Ainda há cerca de 4,5 milhões de pessoas sem trabalho, o que representa uma taxa de desemprego de 23,4%.

 

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