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Linha Direta

Republicanos prometem lutar contra reforma de Obama para imigração

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Diante do impasse no Congresso, que não conseguiu aprovar uma reforma abrangente no sitema de imigração, o presidente norte-americano Barack Obama resolveu agir sozinho. Na noite de quinta-feira (20), ele foi à televisão em horário nobre e anunciou um pacote de medidas para proteger quase 5 milhões de imigrantes ilegais no país.

Diante da Casa Branca, famílias de imigrantes agradecem pela reforma apresentada nesta quinta-feira
Diante da Casa Branca, famílias de imigrantes agradecem pela reforma apresentada nesta quinta-feira REUTERS/Larry Downing
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Clique acima para ouvir o Linha Direta, com Raquel Krähenbül, correspondente da RFI em Washington

O decreto foi adotado em caráter emergencial, depois da vitória avassaladora do Partido Republicano nas eleições legislativas do meio do mandato Obama. A partir de janeiro, tanto a Câmara dos Representantes quanto o Senado estarão nas mãos dos republicanos, mas o futuro líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell já avisou que começará a trabalhar desde já para invalidar esse decreto que, na opinião dele, excede as prerrogativas presidenciais.

Em junho de 2013, o Senado, ainda sob poder dos democratas, votou uma reforma no sistema de imigração, mas o projeto foi derrubado pela Câmara, já na mão dos republicanos. Logo depois, Obama prometeu que tomaria medidas efetivas para ajudar parte dos imigrantes ilegais. Mas, mesmo membros de seu partido lamentaram que o presidente tenha optado pelo decreto.

Com unhas e dentes

Para o republicano do Texas Michael McCaul, que preside a comissão de Segurança Interna na Câmara, a reforma propiciará "uma nova onda de imigração ilegal para o país, para a qual o ministério do Interior não está preparado". Alguns membros da ala mais conservadora do Partido Republicano ameaçaram bloquear o orçamento, o que provocaria um novo "apagão", com a interrupção dos pagamentos da administração, mas a liderança da sigla não vê com bons olhos essa ideia.

"Alguns republicanos chegaram a dizer que o chefe da Casa Branca está declarando uma guerra contra a democracia", conta Raquel Krähenbül, correspondente da RFI em Washington. "Obama foi chamado de monarca, imperador, rei – até pelo presidente da Câmara - o republicano John Boehner - que já havia prometido lutar com unhas e dentes (contra a reforma). Os republicanos ameaçam travar uma luta legislativa quando tomarem controle total do Congresso no próximo ano".

Além disso, Raquel observa que existe o risco de um próximo presidente optar simplesmente por usar o poder executivo para revogar as mudanças, que beneficiarão quase metade dos mais de 11 milhões imigrantes ilegais no país.

"Si, se puede"

Entre elas, estão o adiamento da deportação de pais de crianças nascidas nos Estados Unidos, que vivem no país há mais de cinco anos, além da expansão dessa proteção para pessoas que entraram ilegalmente quando crianças. A correspondente explica que esses "dois grupos também serão autorizados a trabalhar legalmente nos Estados Unidos, depois de passar por uma verificação de antecedentes e pagar taxas e impostos".

Apesar da ferrenha oposição republicana, muita gente comemorou. "Muitos filhos que estavam para ser separados de seus pais choraram. Muitos pais que estavam para ser deportados poderão viver sem medo. Mas muitos imigrantes e defensores da reforma prometeram continuar batalhando, até que todos os imigrantes ilegais possam desfrutar dos plenos direitos de cidadania", conta Raquel.

Na quinta-feira (20) à noite, vários imigrantes se reuniram diante da Casa Branca, bradando "si, se puede", o grito de guerra criado pelo líder sindical mexicano César Chávez que inspirou o slogan de Obama na campanha de 2008: "Yes, we can".

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