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Linha Direta

Surto de legionella já matou 9 pessoas em Portugal e preocupa autoridades

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Em Portugal, as autoridades sanitárias se organizam para combater o surto de legionella, que já matou nove pessoas em seis dias. A Organização Mundial da Saúde classificou a epidemia como uma emergência de saúde pública incomum e inesperada. Os portugueses estão com medo diante desse surto que é o terceiro maior registrado desde o descobrimento da bactéria em 1977.

Com o surto de legionella, torres de refrigeração de Vila Franca de Xira foram fechadas e o tratamento de água com cloro foi reforçado.
Com o surto de legionella, torres de refrigeração de Vila Franca de Xira foram fechadas e o tratamento de água com cloro foi reforçado. Reprodução RTP
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Adriana Niemeyer, correspondente da RFI em Lisboa

A epidemia pegou todo mundo de surpresa em Portugal e está preocupando justamente pela rapidez com que está se alastrando. A legionella, que também é chamada de “doença do legionário”, não é uma novidade no país. Nos últimos nove anos, 86 pessoas morreram e mais de mil foram contaminadas pela doença.

Mas agora o panorama é outro e de uma gravidade fora do comum: em seis dias a epidemia matou nove pessoas. Segundo os últimos dados oficiais, 302 casos de contaminação foram registrados. A maior parte das cerca de 40 pessoas internadas em UTIs tem entre 50 e 60 anos e já tinha outras doenças. Todos os casos foram registrados no município de Vila Franca de Xira, a 50 km ao norte de Lisboa

Origem da epidemia

Até agora ninguém sabe de onde veio a epidemia. As investigações do governo estão focadas na empresa Adubos de Portugal, sediada em Vila Franca de Xira. A hipótese “de um possível crime ambiental” é analisada. A suspeita é de que a origem do surto esteja nas torres de refrigeração da empresa.

Mas análises também foram feitas no pólo industrial de Alverca, na mesma região, ao lado de Vila Franca de Xira, onde foi identificada a presença da bactéria da legionela nas torres de refrigeração da indústria química belga Solvay Portugal. As autoridades sanitárias também admitiram que foram encontrados vestígios da bactéria em outros locais, além de Vila Franca de Xira. Ou seja, até agora ninguém pode afirmar com certeza de onde veio essa doença e quem são os responsáveis.

Responsabilidade do governo

A crise trouxe à tona a polêmica sobre o abandono em 2013 das inspeções trienais para verificação da qualidade do ar em locais comerciais, e a cada dois anos, em instituições de ensino e saúde. Essas inspeções foram estabelecidas por um decreto, revogado em 2013, e visavam justamente vistoriar locais e equipamentos que apresentassem risco de legionella.

Formas de contaminação

A legionella se contrai através da inalação das gotículas do vapor da água que podem vir da pressão da água do chuveiro ou do vapor das chaminés das fábricas. A bactéria provoca uma espécie de pneumonia aguda que leva à insuficiência respiratória. Ela não é contagiosa de pessoa para pessoa e nem se bebendo água.

Como a contaminação acontece basicamente através da inalação, a orientação é para a população limpar o chuveiro com água sanitária, evitar saunas, banho turco e piscinas, assim como banheiras de hidromassagem. Mas o medo levou os portugueses a tomarem outras precauções, como não utilizar água da torneira e tomar “banho de gato” para evitar os vapores que podem ser fatais.

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