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Fato em Foco

Para analistas franceses, Aécio está fora da disputa presidencial

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Nesta quinta-feira (25), o Observatório Político da América Latina e do Caribe, ligado à Universidade Sciences Po, promoveu um debate em Paris para analisar o cenário eleitoral brasileiro às vésperas das eleições presidenciais do dia 5 de outubro. O encontro acontece em um momento particularmente interessante da disputa, em que a presidenta Dilma Rousseff aponta a artilharia à candidata do PSB, Marina Silva que, ao contra-atacar, vê sua rejeição aumentar.

Para analistas franceses, Dilma e Marina estarão no segundo turno
Para analistas franceses, Dilma e Marina estarão no segundo turno REUTERS/Bruno Santos (e) e Ueslei Marcelino (d)
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De acordo com o cientista político Gaspard Estrada, que compôs a mesa ao lado dos professores Olivier Dabène (Sciences Po) e Frédéric Louault, da Universidade Livre de Bruxelas, a rejeição deve ter papel determinante no segundo turno, quando, tradicionalmente, o eleitorado faz o voto útil. Ou seja, contra determinado candidato.

O nome de Aécio Neves foi dito, se muito, en passant. Isso porque o ex-governador mineiro segue muito atrás de seus adversários e vê seu berço político estremecer diante da ascenção do candidato petista ao governo, Fernando Pimentel. Não bastasse a provável derrota do tucano Pimenta da Veiga no Estado, o próprio Aécio se vê na desconfortável posição de disputar voto a voto a preferência do eleitorado mineiro - ao ponto de ter agendado sete visitas a Minas em sete dias.

O limbo de Aécio abre o caminho para Geraldo Alckmin, que deve conquistar a reeleição em São Paulo com facilidade, apesar da crise de abastecimento hídrico e de uma violência policial de níveis epidêmicos. Apesar da possível conquista de Minas, o PT deve perder força nos Estados. E isso certamente terá um impacto no plano federal. Difícil é avaliar a dimensão deste impacto, na opinião de Frédéric Louault.

PSB em foco

O fiel da balança pode ser o PSB: "é um partido forte no nível dos estados e, com essa projeção através do acidente de avião quando morreu Eduardo Campos, por um lado; e da projeção pessoal de Marina Silva (por outro), o peso do PSB no número de estados e no tipo de estados em que poderia ganhar vai ser um dado importante".

Independentemente disso, todos os olhos do partido se voltarão a Marina Silva, caso ela não chegue ao Planalto. Para Gaspard Estrada, ela tem duas opções: fundar um novo partido e começar o trabalho do zero; ou aproveitar a infra-estrutura partidária do PSB para firmar-se como liderança nacional da chamada terceira via. Só que, para isso, ela teria de começar enfrentando a resistência interna, já que parte importante do partido não vê sua ascenção com bons olhos.

Plataforma conservadora de Marina

Caso Marina ganhe, Olivier Dabène acredita que a política externa brasileira passará por uma série de mudanças, já que ela tem uma plataforma conservadora, que defende o livre mercado e deve se aproximar, por exemplo, da Aliança do Pacífico, em detrimento da Unasul. Dabène acredita que o exio sul-sul já é uma realidade e dificilmente será renegado por um novo governo, mas acredita que ele deixará de ser prioridade caso o PT deixe o planalto.

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