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Linha Direta

Opositor ao governo da Venezuela, Leopoldo López começa a ser julgado em Caracas

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Após cinco meses de prisão, o opositor Leopoldo López começa a ser julgado nesta quarta-feira (23), em um tribunal em Caracas. Ele é acusado de “incitação pública à violência e conspiração” ao convocar, em fevereiro deste ano, a operação “La Salida” com a finalidade de depor o presidente Nicolás Maduro. Para pressionar o Poder Legislativo e apoiar López, o partido Voluntad Popular convocou uma marcha até o Palácio de Justiça.

O opositor Leopoldo López começa a ser julgado nesta quarta-feira (23) e pode receber uma pena de até 10 anos de prisão.
O opositor Leopoldo López começa a ser julgado nesta quarta-feira (23) e pode receber uma pena de até 10 anos de prisão. REUTERS/Jorge Silva
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Elianah Jorge, correspondente da RFI, em Caracas

A defesa de López pediu o adiamento do julgamento, alegando que a Justiça não aceitou as provas apresentadas sobre o caso. O tribunal tem até às 15 horas locais (16h30 de Brasília) para responder sobre o recurso. Os advogados do político opositor consideram que a Justiça será parcial caso não aceite as provas que demonstrariam sua inocência.

López, de 43 anos, é acusado de “conspiração e incitação pública à violência” no contexto dos protestos que começaram em fevereiro deste ano e que causaram a morte de 43 pessoas. Ele está na prisão de Ramo Verde, localizada em Los Teques, cidade satélite de Caracas, e pode receber uma pena de até 10 anos de prisão.

Resgate da democracia

Embora a onda de protestos na Venezuela já tenha diminuído, ainda há focos de distúrbios, sobretudo fora da capital. Uma parte dos manifestantes, que pede mais democracia no país, organiza uma marcha hoje, convocada pelo partido Voluntad Popular, até o Palácio de Justiça para pedir um julgamento adequado a Leopoldo.

O opositor recentemente escreveu uma carta na qual alega estar preso por “ter denunciado o Estado venezuelano como corrupto, ineficiente, repressor e antidemocrático”. Sua esposa, Lilian Tintori, iniciou uma campanha fora da Venezuela para pedir apoio internacional para López. Ela acusa o sucessor de Hugo Chávez de ter desmantelado as “liberdades fundamentais” na Venezuela.

Desde fevereiro, 3.220 manifestantes foram presos em diversas partes do país. Entre eles, 233 são menores de idade, de acordo com a organização Fórum Penal. Boa parte dos detidos já foi liberada e em muitos dos casos foram aplicadas medidas cautelares. Hoje, quatro estudantes serão julgados.

Tensão entre governo e oposição

A relação entre as duas vertentes políticas do país é tensa. A situação começou a se deteriorar com o plano de Leopoldo López de tirar o presidente do poder e também durante o fracasso dos diálogos pela paz - a tentativa de aproximação entre governo e oposição. No entanto, esta fragmentação se evidencia também no chavismo.

A tensão se intensificou ainda mais no último domingo com a abstenção de 88% dos votantes nas eleições internas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), criado por Hugo Chávez. Analistas apontam que a situação nas entranhas do poder é tão delicada que Nicolás Maduro preferiu adiar o anúncio de novas medidas econômicas para depois da votação psuvista.

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