Acessar o conteúdo principal
Fato em Foco

No Brasil, Lilian Thuram prossegue luta contra o racismo no futebol

Publicado em:

O ex-craque francês Lilian Thuram está no Brasil para acompanhar uma copa do mundo paralela de alunos de colégios franceses no exterior. Zagueiro da seleção francesa campeã do mundo em 1998 (3 a 0 contra o Brasil) e aproveita a oportunidade para divulgar uma mensagem que se tornou uma cruzada particular: a luta contra o racismo, principalmente no futebol.

Lilian Thuram, ex-zagueiro da seleção francesa.
Lilian Thuram, ex-zagueiro da seleção francesa. RFI/Siegfried Forster
Publicidade

Thuram, 42 anos, é presidente da Fundação Educação contra o Racismo. Em entrevista exclusiva para a RFI Brasil, ele disse que “é importante falar do racismo no esporte sempre que possível, principalmente para sensibilizar as crianças, para explicar que o racismo não é algo natural do ser humano”.

“Durante uma Copa do mundo, tudo ganha mais amplitude, então aproveitar o evento para falar sobre o racismo é essencial”, acrescenta.

Para o ex-craque, o racismo no futebol nasce do racismo que existe na sociedade, que é construída a partir de hierarquias baseadas na cor da pele. “Seja na França, na Itália ou no Brasil, nós reproduzimos essa hierarquia – as pessoas de pele clara vão para o topo e as de cores mais escuras vão para baixo”, explica. “As pessoas de cores mais escuras são as que sofrem mais preconceito, seja onde for, França, Itália, Brasil, Argentina ou Suécia, isso é ligado à história”, acrescenta.

Banana para o racismo

O professor Carlos Alberto Figueiredo da Silva é pesquisador de relações étnico raciais em esportes. Ele diz que o episódio envolvendo Daniel Alves na Espanha, em que o jogador brasileiro descascou e comeu uma banana que lhe foi atirada por um torcedor racista, ampliou as discussões sobre o tema. “O assunto conseguiu alcançar espaços em que o racismo não era discutido, inclusive entre crianças”.

O especialista lembra que o racismo no futebol se tornou explícito nos últimos dez anos. “Não só a Fifa, mas toda a sociedade está discutindo o racismo no futebol, mas sem elementos concretos para efetivamente dar um basta nisso”. Ele acrescenta que “ainda há muito a ser feito, principalmente no campo educacional”.

A Copa do Mundo de Futebol das Escolas Francesas no Exterior acontece em Brasília, com a participação de 12 equipes de 12 países e 120 estudantes. A final acontece dia 15, domingo.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.