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Paris/Manifestação

Franceses protestam contra a Copa do Mundo em Paris

Muito mais pacífica do que as manifestações no Rio de Janeiro e em São Paulo nesta quinta-feira (12), um protesto contra a Copa do Mundo e em apoio ao movimento de contestação no Brasil foi realizado poucas horas antes da abertura do Mundial, nos arredores da embaixada do Brasil, em Paris. Sob o lema "La Coupe est Pleine" ou "A Copa Transbordou", em português, organizações sindicais e políticas francesas reuniram um pouco mais de uma centena de manifestantes.

Manifestação contra a Copa do Mundo reuniu uma centena de integrantes de organizações sindicais e políticas francesas em Paris nesta quinta-feira, dia 12 de junho de 2014.
Manifestação contra a Copa do Mundo reuniu uma centena de integrantes de organizações sindicais e políticas francesas em Paris nesta quinta-feira, dia 12 de junho de 2014. Daniella Franco/RFI
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A mobilização contou com mais franceses do que brasileiros, a poucas horas do início do Mundial. Os manifestantes bradaram contra a repressão e a violência dos protestos no Brasil, os gastos exorbitantes Copa, as expulsões das populações nas regiões onde as obras do evento substituíram moradias e a organização de redes de prostituição nas cidades que abrigarão os jogos.

04:50

Reportagem manifestação em Paris 12.06.2014

O ato começou tímido, nas proximidades da embaixada do Brasil, no 8° distrito de Paris. Logo depois, liderada por manifestantes com tambores, o grupo bloqueou uma parte da rua Cours Albert 1er, mas não conseguiu ir adiante. Um forte esquema de segurança impediu os militantes de seguirem até a porta da representação diplomática do Brasil, como haviam planejado.

Entre os poucos brasileiros na manifestação, estava Claudio Veloso, integrante do Novo Partido Anticapitalista (NPA). Ele mora há dez anos na França e veio da cidade de Caen, no noroeste francês, a cerca de 230 kilômetros de Paris, especialmente para participar do protesto. Para ele, a organização do evento desta noite por organizações francesas mostra que a mobilização não diz respeito apenas à causa brasileira. "Essa manifestação mostra às pessoas que estão protestando neste momento no Brasil que elas não estão sozinhas. A luta delas é a luta de outras pessoas no mundo", ressalta.

A militante francesa Griselda, integrante do Grupo Socialista Internacional (GSI), acredita que é essencial apoiar a contestação brasileira em um momento em que o governo enxerga as manifestações como um perigo político. "Tudo o que se passa hoje no Brasil terá consequências para as mobilizações e os trabalhadores em todo o mundo, até mesmo na Europa", diz, lamentando a demissão dos metroviários paulistanos após a greve da categoria e a repressão policial durante os protestos.

A jovem francesa Vanessa, integrante do NPA, sabe que o evento desta noite em Paris não terá um impacto sobre as decisões do governo brasileiro neste momento, mas sublinha que é importante marcar a abertura do Mundial apoiando o movimento de contestação do Brasil. “Não é que sejamos contra o esporte em si, mas contra as consequências que a realização desta Copa do Mundo vai ter para o povo brasileiro. Todo o dinheiro gasto na organização deste Mundial poderia ter sido investido na população para oferecer melhores condições de vida, de trabalho e melhores condições sociais", declara Vanessa.

Reunião pública

As organizações sindicais e políticas francesas seguem engajadas no apoio aos protestos no Brasil. No dia 23 de junho, o mesmo movimento realiza uma reunião pública, na Bolsa de Trabalho de Paris, no 10° distrito da capital francesa, às 19 horas.

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