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Ciência e Tecnologia

Pele artificial criada por laboratório da USP evitará testes com animais no Brasil

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A pesquisa, lançada na Universidade em 2005, é coordenada pela professora da Faculdade de Ciências Famarcêuticas da USP (Universidade de São Paulo) Sylvia Stuchi Maria-Engler e visa desenvolver técnicas alternativas à experimentação animal. Com a transferência tecnólogica do projeto para o governo brasileiro, parceria iniciada em 2013, o objetivo é que o país possa produzir a pele em escala industrial dentro de alguns anos.

Estruturas celulares da pele artificial, aumentadas em microscopio,  foram desenvolvidas pela USP.
Estruturas celulares da pele artificial, aumentadas em microscopio, foram desenvolvidas pela USP.
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O objetivo do projeto, explica a especialista, é desenvolver o kit de pele artificial para o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. De acordo com ela, estão sendo feito pequenos "ajustes protocolares" antes que a transferência de tecnologia possa ser efetivada. A pesquisa utiliza fragmentos de pele de doadores humanos. As células são purificadas e são estocadas em um banco.

Se for necessário, explica Sílvia, a pele pode ser totalmente reconstruída –tanto o epitélio quanto a derme. A pesquisa poderá ajudar no desenvolvimento de novas moléculas usadas em medicamentos contra o câncer de pele ou feridas crônicas provocadas pelo diabetes, por exemplo. A estrutura de pele desenvolvida pela USP também pode ser usada para a fabricação de cosméticos.

De acordo com Sílvia, o banco de pele pode armazenar apenas células. "O que é possível manter em banco são as células da pele, que são os queratinócitos, o melanócito, que fornece o pigmento e os fibroblastos, que formam a derme", explica. A descoberta também contribuirá para a diminuição da utilização de animais em testes farmacológicos, como prevê a nova diretiva do Concea (Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal), esclarece a pesquisadora.

A polêmica voltou à tona no Brasil depois da ação de ativistas em um laboratório em São Roque, que liberaram dezenas de cães da raça Beagle utilizados em testes farm

"Tivemos a determinação de, nos próximos cinco anos, estabelecermos métodos alternativos, e não utilizar mais animais para cosméticos. O Concea foi além, determinando também o fim do teste em animais para produtos farmacêuticos."

Sílvia explica que, apesar dessa instrução, o uso de animais em testes para medicamentos continua sendo imprescindível. "O teste pré-clínico envolve testes in-vitro e in-vivo, que é um modelo animal, e muito utilizado. O que estamos fazendo nos testes alternativos é minimizar, reduzindo o número de animais e desenvolvendo um novo desenho experimental", diz.

Para ouvir o programa completo, clique no ícone "Ouvir".

 

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