Acessar o conteúdo principal
Linha Direta

Noruega ainda luta por igualdade de gênero no trabalho

Publicado em:

A Noruega, considerada o país de melhor qualidade de vida pelo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, também enfrenta desafios na hora da população conciliar trabalho e qualidade de vida. Neste programa vamos falar sobre os dilemas sobre igualdade salarial, gênero e desenvolvimento no país onde a renda per capita é de US$97.000 dólares, o equivalente a R$218.000.

Com a melhor qualidade de vida, segundo estudo da ONU, a Noruega vem promovendo iniciativas para a igualdade entre homens e mulheres.
Com a melhor qualidade de vida, segundo estudo da ONU, a Noruega vem promovendo iniciativas para a igualdade entre homens e mulheres.
Publicidade

Por Eliane Machado e Silva, correspondente da RFI Brasil em Oslo

O salário na Noruega é compatível com o alto custo de vida e os altos impostos descontados em folha. Não existe um salario mínimo nacional, como ocorre no Brasil. Mas há um salario médio de aproximadamente R$7.500 mensais. Os aumentos salariais são discutidos pelos sindicatos correspondentes por cada categoria, segundo as oscilações da economia e do mercado. Nos últimos anos houve um aumento das diferenças salariais entre o que é pago pelos governos local e federal e as empresas privadas. A mão de obra imigrante também está influenciando o mercado para um achatamento salarial.

Embora haja uma diferença na remuneração entre diversas atividades profissionais nos setores públicos e privados, ela não chega a ser alarmante. Um diretor de uma grande empresa ganha em media 60% a mais que um profissional liberal em vendas. Mas quanto maior o salário, maior é o imposto retido na fonte. Este fato ajuda a compensar as diferenças salariais.
Nos setores público e privado esta diferença tem crescido nos últimos anos. Um empregado no setor público, com diploma universitário, tem um rendimento médio anual de duzentos mil reais. Este mesmo trabalhador em uma empresa privada ganharia em media 10% a mais por ano. A fuga de funcionários com muitos anos de experiência para o setor privado devido à melhor remuneração e benefícios tem pressionado o governo a rever suas políticas salariais e promover modernizações nos planos de carreira.

Igualdade de gênero

Nas últimas décadas, o governo norueguês e o mercado de trabalho tentam promover condições mais igualitárias entre homens e mulheres. Mas esta igualdade de gênero ainda não chegou ao mercado de trabalho. Infelizmente, ainda há diferenças na remuneração em uma mesma função. A Central de Estatística da Noruega calcula que a renda bruta masculina é R$60 mil maior que a das mulheres. O desafio atual é que as mulheres assumam mais cargos de chefia. Somente 32% das funções diretivas são ocupadas por mulheres. Elas são maioria no setor público, enquanto no setor privado predominam homens com maior remuneração.

Foi na vida diária onde o papel do homem e da mulher mudou significativamente nas últimas décadas. As mães passam agora mais tempo no trabalho e se dedicam menos aos afazeres domésticos, enquanto que os pais mudaram seu tempo gasto na direção oposta.

Igualdade de gênero e desenvolvimento

O investimento na igualdade de gênero é uma característica comum nos países melhores sucedidos e com maior índice de desenvolvimento humano. A afirmação é feita pelo professor emérito de Economia do Desenvolvimento na Universidade de Oxford, Frances Stewart. Esta tendência foi confirmada pelo relatório do Fundo de População das Nações Unidas, publicado há duas semanas.

O estudo coletou dados de 176 países. Ele destaca que a desigualdade crescente e a discriminação, particularmente em relação às mulheres, estão entre os maiores obstáculos para o desenvolvimento mundial e podem prejudicar os avanços realizados nos últimos 20 anos na saúde, educação e na luta contra a pobreza. Não é à toa que a Noruega está na vanguarda na promoção de medidas de bem estar e igualdade de gênero.

A licença-maternidade aqui é de 9 meses e os pais têm licença-paternidade de 4 meses. Na Noruega, ficar em casa e trocar fraldas dos filhos é um direito universal.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.