Eleitores de Hollande se dizem decepcionados, revela jornal
Os jornais franceses desta segunda-feira (17) dão destaque para a grande reunião entre o presidente François Hollande e os líderes de empresas multinacionais instaladas no país. A missão de Hollande é cativar e seduzir os empresários. Mas Hollande também deveria se preocupar com seu eleitorado. Segundo o Libé, há uma grande decepção entre os que votam no Partido Socialista.
Publicado em:
Na edição de hoje, o Libération explica que foi ao encontro dos eleitores de Hollande em diversas cidades francesas e que, a maioria, se diz decepcionada pelo governo. As críticas se dirigem à gestão da economia, da educação e também ao próprio modo de governar dos socialistas.
Outro problema no caminho do PS, avalia o jornal, são as eleições municipais dos dias 23 e 30 de março. Para o jornal, elas são uma fonte de angústia para a esquerda francesa, especialmente para os socialistas.
Dentro do partido atualmente no governo, muitos temem que esse pleito acabe servindo como um voto de sanção ao governo. Jean-François Coppé, líder do UMP, principal partido da oposição, diz justamente isso. Para ele, as eleições municipais servirão para marcar a desaprovação ao governo, embora, é claro, as eleições sejam regionais.
Temendo esse resultado, representantes do Partido Socialista dizem que, às vésperas dessa eleição e também das eleições europeias, que acontecem em seguida, o governo tem que evitar anunciar medidas inúteis e apresentar propostas claras.
Investimentos
"Sim, a França pode ser atraente", afirma a manchete do Aujourd'hui en France. Mas, destaca o jornal, a verdade é que os investimentos estrangeiros no país estão em queda. Em um gráfico comparativo, o jornal noticia que, no ano passado, a França registrou US$ 5,7 bilhões (R$ 13,5 bilhões) de investimentos estrangeiros diretos, o que siginificou uma queda impressionante de 77% ante o ano anterior.
No mesmo período, escreve o jornal, o Brasil recebeu US$ 63 bilhões (R$ 150 bilhões) de investimentos estrangeiros e teve uma queda de apenas 3% no fluxo de investimentos.
Para o jornal Le Figaro, que sempre é muito crítico em relação ao governo socialista, os diretores das grandes multinacionais estão impacientes e muitos criticam a lentidão dos trâmites burocráticos na França.
Um exemplo citado pelo jornal revela que um empresário chinês que queira vir para a França para uma missão de negócios vai precisar esperar, em média, 8 semanas para conseguir um visto de entrada. Se quiser se tornar realmente mais competitiva, a França vai ter que se esforçar muito mais, aconselha o jornal.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro