Encontro de Hollande com jornalistas acontece em seu "pior momento"
A expectativa sobre o encontro do presidente François Hollande com a imprensa, a consagração de Cristiano Ronaldo como Bola de Ouro da Fifa e até a repercussão da inflação alta no Brasil são destaques da imprensa francesa desta terça-feira, dia 14 de janeiro.
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"É um encontro crucial, mas no pior momento para o presidente da República", escreve o Le Figaro ao se referir à tradicional entrevista coletiva de início de ano com a presença de 500 jornalistas do mundo inteiro.
Neste terceiro encontro com a imprensa, o chefe de estado deve esclarecer sua política para combater o desemprego crescente na França, a redução das despesas públicas e detalhar seu pacto de responsabilidade com as empresas para estimular o crescimento e a geração de empregos.
Além da alta taxa de impopularidade, Hollande se encontra com os jornalistas em meio à tormernta de sua vida privada com a revelação de um caso amoroso com uma atriz, por isso, o contexto é complicado para ele, avalia o Le Figaro.
Já o católico La Croix ouviu quatro empresários franceses sobre o que esperam de François Hollande sobre o chamado "Pacto de estabilidade", supostamente criado para melhorar a competitividade das empresas do país. Todos eles defendem uma redução da carga fiscal e dos custos trabalhistas.
Um dos empresários estima que um corte de 10% nos encargos representaria a criação de 10% de novos empregos. Em editorial, La Croix lembra que nessa aguardada entrevista coletiva, um assunto da esfera privada do presidente veio perturbar os temas mais urgentes do país.
O Libération adianta em sua manchete que Hollande não vai escapar de perguntas relacionadas à revelação da revista de celebridades Closer de que o chefe de estado teria um caso amoroso com a atriz de cinema Julie Gayet. O escândalo fez o Libé dedicar sua capa ao papel de primeira-dama que é exercido pela companheira de Hollande, Valérie Trierweiller.
No início, ela se negou a ter um papel puramente representativo, mas teve que ser muito mais discreta após algumas atitudes extremamente políticas. A referência do jornal é ao apoio manifestado por Valérie a um candidato adversário de Ségolene Royal, ex-companheira de Hollande, durante uma eleição local. Ela ainda defendeu o retorno à França de uma estudante de origem cigana expulsa do país, contrariando uma decisão do ministro do Interior, Manuel Valls.
Em editorial, o Libé afirma que as opiniões de Valérie Trierweiller interferiram nas do presidente e por isso o papel de primeira dama no debate político fez desaparecer a fronteira público-privado do casal presidencial francês.
Les Echos fez uma lista de 10 perguntas que o presidente francês deve responder no seu encontro com a imprensa. Entre elas, sobre a verdadeira dimensão da redução da carga fiscal das empresas, onde o governo pretende reduzir despesas e até sobre a confiança dele no primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault. Como está a relação dele com a companheira Valérie Trierweiller, também é uma pergunta na lista do Les Echos.
Inflação no Brasil
Em artigo de meia página, Les Echos diz que a inflação alta no Brasil preocupa os mercados. Apesar de medidas como a redução na conta de energia e do controle nos preços dos combustíveis e dos transportes, a taxa de inflação continua em alta e beirou os 6% no ano passado, afirma o jornal.
Há 4 anos o Brasil vem se distanciando de sua meta inflacionária de 4%, escreve o diário econômico. A desvalorização de 15% do Real foi uma boa notícia para o setor industrial mas corre o risco de alimentar a inflação, "um tema sensível para os brasileiros", lembra.
Bola de Ouro
"Ouro e Lágrimas", estampa o jornal L'Équipe com uma foto de Cristiano Ronaldo recebendo seu troféu Bola de Ouro de melhor jogador em 2013. Ao lado de Pelé, a imagem mostra ambos emocionados e chorando no palco.
Nenhum dos dois conseguiu conter as lágrimas: a lenda do futebol de 73 anos de idade e o português de 28 anos, um ícone do século 21 com 70 milhões de fãs no Facebook.
"Pelé foi coroado Rei de um esporte coletivo no século passado, e hoje, Cristiano Ronaldo simboliza o futebol moderno: o culto ao talento individual", escreve L'Équipe.
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