EUA negam acusação de espionagem contra a França

O diretor de Inteligência do governo americano, James Clapper, afirmou que as acusações publicadas pelo jornal Le Monde de que os EUA monitoraram mais de 70 milhões de ligações de cidadãos franceses é "falsa". Em comunicado, ele defende que a reportagem, baseada em informações vazadas pelo ex-consultor de informática da CIA (Agência de Inteligência dos EUA) Edward Snowden, contém informações "imprecisas e enganosas".

O diretor de Inteligência do governo americano, James Clapper, negou as acusações de espionagem contra cidadãos franceses, publicadas pelo jornal Le Monde

A nota não fala, entretanto, da acusação de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) espionou embaixadas e missões diplomáticas francesas ao redor do mundo. Ele também evitou dar detalhes sobre a amplitude do programa de espionagem. "Os Estados Unidos valorizam a duradoura amizade e aliança com a França e manterão a cooperação nas áreas de segurança e inteligência" com os franceses, informa o documento divulgado por Washington.

Ontem, o chanceler francês Laurent Fabius pediu explicações ao Secretário de Estado americano, John Kerry, durante um café da manhã em Paris. Depois da reunião, Fabius disse que "espionar aliados é inaceitável", mas uma porta-voz do governo disse que a França não planeja nenhuma represália contra Washington, para evitar uma "escalada".

A imprensa americana ironizou a reação do governo francês. Para o New York Times, "já foi provado que Paris utiliza dados de seus cidadãos sem autorização e que, apesar de a técnica americana ser mais sofisticada, a prática de ambos os governos no combate ao terrorismo é a mesma".

Depois do Brasil e da França, ontem o México resolveu convocar o embaixador americano no país. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores José Antonio Meade, em Genebra. Leticia Constant traz mais informações.