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Imprensa francesa

Dilma estava insatisfeita com Patriota há tempos, diz o Le Figaro

Os jornais franceses desta quarta-feira, 28 de agosto, destacam em suas manchetes a reforma das aposentadorias anunciada ontem pelo primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, e a iminente intervenção militar ocidental na Síria. O Le Figaro aborda a crise política aberta no Brasil com a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina e a demissão do chanceler Antonio Patriota.

RFI
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O Le Figaro diz que a sucessão de acontecimentos que levou à queda de Patriota parece um romance de espionagem de mau gosto. O jornal descreve o contexto que levou o opositor boliviano a receber ajuda do encarregado de negócios da embaixada do Brasil em La Paz, mas afirma que o caso foi a gota d'água numa relação que vinha desgastada havia tempos entre a presidente Dilma Rousseff e o titular das Relações Exteriores.

O diário conservador conta o que não agradava à presidente. Dilma achava Patriota excessivamente consensual, com dificuldades para tomar decisões. Segundo uma fonte ouvida pelo Le Figaro, tinha ficado entalado na garganta da presidente o fato de Patriota não tê-la alertado sobre a gravidade da crise política no Paraguai, no ano passado, que levou à queda do ex-presidente Fernando Lugo e a suspensão do país do Mercosul. Dilma também não teria gostado que Patriota tenha sido o último chanceler da região a protestar contra os europeus quando o avião de Evo Morales ficou bloqueado na Europa, por causa das suspeitas envolvendo Edward Snowden.

Ação militar na Síria, para quê?

O jornal progressista Libération questiona qual o sentido de realizar agora uma ação militar na Síria, achando tardia a disposição anunciada pelos Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha. Os objetivos dessa guerra continuam vagos, escreve o diário. Na opinião do Libération, é certo que usar armas químicas contra civis é obsceno e infame, mas "já fazem dois anos que o presidente sírio, Bashar al-Assad, vem torturando e matando seu povo", cita o editorial. Libération questiona se a intervenção militar de Obama, Cameron e Hollande vai conseguir acabar com o banho de sangue a Síria. "Não é uma operação militar mal planejada, com bases legais duvidosas, que vai salvar os sírios", conclui o Libération.

Le Figaro diz que a falta de aval do Conselho de Segurança da ONU não é um problema, porque o texto "Responsabilidade de Proteger Civis", adotado pela Assembleia da ONU em 2005, se encaixa perfeitamente nesse caso.

Reforma da Previdência na França

Sobre a reforma das aposentadorias anunciada ontem prelo primeiro-ministro francês, os jornais são unânimes: o governo socialista optou por uma reforma "light", distante das necessidades cogitadas nos últimos meses. O Le Parisien destaca o principal ponto do projeto: o aumento progressivo do tempo de contribuição, que passa dos atuais 41 anos e meio para 43 anos em 2035, para quem deseja receber a pensão integral. Para o Le Figaro, o problema é que as medidas só darão conta de cobrir um terço do déficit da Previdência até 2020.

O Les Echos ressalta que o governo escolheu o aumento dos descontos na folha de pagamento, tanto para as empresas quanto para os assalariados, para financiar o rombo.

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