Correr, correr, correr. Além da correria do dia a dia, muita gente adotou a corrida a pé, também conhecida como Running, ou Cooper, como principal atividade física. Nas ruas das grandes cidades, nos parques, e até nos acostamentos das estradas, não é raro ver os corredores amadores, cada vez mais equipados como profissionais, mostrando que para manter a forma, basta ter disposição e um bom par de tênis.
No entanto algumas pessoas tem exagerado na dose, a tal ponto que os médicos já se preocupam com o chamado “vício da corrida”. Um mal sofrido por aqueles que começam a organizar seus compromissos em função dos treinos, deixando em segundo plano família, amigos e trabalho. Quem nunca ouviu falar de um conhecido que leva um par de tênis de corrida no fundo da mala, mesmo para um fim de semana na montanha?
Muitos fazem isso para manter a forma física, mas outros tentam compensar carências, sejam elas psicológicas ou afetivas. Aliás, é cada vez maior o número de corredores que usam as redes sociais para compartilhar desempenho nas pistas ou nas ruelas de seu bairro. Um prato cheio em um mundo cada vez mais guiado pela valorização da performance.
Mas o que os corredores nem sempre sabem é que a prática intensa de atividades físicas provoca a liberação de endorfina, substância que causa sensações de prazer não muito diferentes das desencadeadas por drogas químicas, como a heroína. No programa de Saúde dessa semana Sâmia Hallage, psicóloga, que trabalha com atletas em várias modalidades e que acompanha a seleção brasileira de vôlei de praia, e Dan Velea, psiquiatra e psicoterapeuta especializado em vícios, com consultório em Paris, falam sobre os riscos do "vício de correr".
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