Le Monde afirma que Francisco dá uma nova imagem à igreja fragilizada

O jornal francês Le Monde, com data desta terça-feira 30 de julho de 2013, dedica seu editorial de primeira página ao papa Francisco. O texto faz um balanço da primeira viagem do sumo pontífice fora da Itália e questiona se a energia de Francisco será suficiente para rejuvenescer a Igreja católica, abalada depois dos vários escândalos ocorridos durante os oito anos do pontificado crepuscular de Bento 16.

Para Francisco, a juventude nos impõe grandes desafios. REUTERS/Osservatore Romano/Handout Via Reuters

O Le Monde afirma que a mensagem quase obsessiva de “uma Igreja pobre para os pobres” martelada pelo papa argentino desde a sua posse em março, começa a ter efeitos. O estilo carismático de Francisco parece fazer os fiéis esqueceram “os vários escândalos de pedofilia, o Vatileaks e a mão estendida aos integristas católicos e se reconciliarem com a Igreja”.

Mas lembra o Le Monde, “o papa, fiel ao Evangelho, é o zelador do conjunto da doutrina católica” e tenta nesse cenário inalterado mudar a imagem desgastada da Igreja. A nova cara que ele dá à instituição entusiasmou a juventude católica alegre e colorida que lotou o Rio de Janeiro nos últimos dias. Mas essa nova imagem não deve esconder as fragilidades da instituição como a distância dos fiéis,rigidez, a inadequação ao mundo de hoje, etc...

Essas dificuldades não serão superadas apenas com uma renovação de fachada. João Paulo II acordou a juventude católica, Bento 16 tentou educá-la e o papa Francisco espera abrir o caminho para os trabalhos práticos, diz o editorial. Mas o “efeito Francisco não será imediato e tem os seus limites”, como a dificuldade em frear a expansão das igrejas evangélicas no continente latino-americano, conclui o Le Monde.