Maduro precisa negociar com a oposição se quiser se manter no poder

As eleições na Venezuela foram cercadas de atos de violência, acusações, mortes e, para completar, tiveram um resultado não só apertado, com menos de 2% de diferença entre os dois candidatos, como contestado. É neste contexto delicado, com o país profundamente dividido, que o presidente eleito, Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, toma posse hoje.

Os protestos na Venezuela começaram desde a eleição de Nicolás Maduro. REUTERS/Isaac Urrutia

Alberto Pfeifer, especialista em integração regional na América Latina e membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP, considera que a situação é tão frágil para Maduro que ele pode não conseguir implantar um programa de governo.

O futuro da Venezuela é uma incógnita, na visão do cientista político Paulo César Manduca, pesquisador sobre as relações entre Brasil e Venezuela do Núcleo de Planejamento Energético da Unicamp. Em meio à possibilidade de radicalização de um ou de outro lado, Manduca acha que uma coisa é certa: para que possa haver governo, vai ser preciso negociação com a oposição, do candidato Henrique Caprilles: