Símbolo da revolução sexual que mudou o comportamento e o status das mulheres no século 20, a pílula anticoncepcional será distribuída gratuitamente às meninas de 15 a 18 anos da França. Desde o dia 31 de março, as jovens podem obter o medicamento nas farmácias mediante a apresentação de receita médica e da carteira da seguridade social dos pais, que garante o acesso ao sistema de saúde pública.
Método mais utilizado na França para evitar a gravidez, o valor da pílula já era reembolsado em 65%. Mas a gratuidade foi motivo de comemoração. Na escola de ensino médio Charlemagne, em Paris, as meninas se mostraram contentes com a possibilidade. Na opinião da secundarista Anna, de 16 anos, a medida é muito boa, pois vai dar segurança para as meninas que desejam iniciar sua vida sexual.
Prometida pela ministra da saúde francesa, Marisol Touraine, a medida se aplica às pílulas de primeira e segunda geração, consideradas de baixo risco pelas autoridades de fiscalização sanitária. Com a facilitação do acesso aos anticoncepcionais, espera-se diminuir o número de abortos realizados no país, cerca de 12 mil por ano. Kauara Rodrigues, consultora do Centro de Estudos Feministas (Cfêmea), além de impedir a gravidez indesejada, o acesso ao método contraceptivo permite às adolescentes exercerem a sexualidade com mais autonomia.
Na França, além do reembolso total da pílula, do DIU e dos implantes contraceptivos para as jovens, o aborto também será gratuito para todas as mulheres. A prática é legalizada no país desde a década de 1970.
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