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Imprensa

Crise política na Itália deixa Europa em pânico

O voto dos italianos deixou o país com o futuro político incerto e lançou um alerta para toda a Europa de que as medidas econômicas contra a crise são extremamente impopulares. Essa é a leitura feita pelos jornais franceses do resultados das eleições legislativas no país vizinho.

Capa dos jornais franceses Le Figaro, Les Echos e Libération desta quarta-feira, 27
Capa dos jornais franceses Le Figaro, Les Echos e Libération desta quarta-feira, 27 RFI
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A Itália se tornou ingovernável e deixa a Europa em pânico. Com essa manchete, o conservador Le Figaro resume a situação política italiana e as repercussões entre seus parceiros do bloco europeu.

O jornal afirma que o Partido Democrático, que lidera a coalizão de centro-esquerda, é obrigado a negociar um acordo com o Movimento 5 estrelas do ex-comediante Pepe Grillo, que tem sua foto estampada durante um comício para milhares de pessoas. Em editorial, Le Figaro escreve que quando um país tem que escolher entre austeridade e demagogia, não chega a ser surpresa que os eleitores virem às costas para a classe política.

O resultado das urnas foi devastador, estima o Le Figaro. Não se deve ignorar a mensagem de uma grande perda de confiança nos políticos, afirma o jornal. Ela é a raiz do mal na Itália e também em outros países, afirma Le Figaro.

Crise na Itália, mal estar em toda a Europa. O católico La Croix também traz a foto de Bepe Grillo em sua manchete e diz que o voto de protesto tornou o país ingovernável. As urnas da Itália enviaram várias mensagens, afirma o editorial.

A primeira delas para os partidos e para os políticos tradicionais, que, desacreditados, abrem espaço para personagens inexperientes e sem programa realista de governo, em referência clara a Beppe Grillo. Outro recado foi para a alemã Angela Merkel que simboliza a imposição de planos de austeridade para a Itália e outros países europeus.

O Libération estima que a Europa entrou em estado de alerta após as eleições na Itália. O sucesso dos candidatos populistas nas urnas soou como uma nova advertência para Bruxelas e Berlim. A irritação cresce por todo o continente, constata o jornal. Enquanto os líderes não se mostrarem atentos para as reivindicações dos eleitores, eles vão continuar manifestando nas urnas sua desconfiança em relação à Europa e à sua união monetária, opina o Libération.

Para o econômico Les Echos, a Itália trouxe de volta o espectro da crise europeia. O jornal lista três opções para o país: uma nova forma de coalizão pilotada pelos partidos de centro-esquerda, um governo formado por tecnocratas mas comandado por um político, ou o retorno às urnas, provavelmente em maio. Se por um lado, líderanças disseram compreender o recado das urnas contra as medidas de austeridade, por outro lado, muitos mantém a defesa de que as reformas são necessárias e elas devem continuar.

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