França se tornou inimigo número 1 do Islã, diz jornal
O novo sequestro de franceses na África, na tensa região do Sahel, entre o deserto do Saara e o cinturão verde agrícola ao sul, recebe destaque nos jornais francesas desta quarta-feira,20 de fevereiro.
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Quatro crianças reféns de terroristas, anuncia a manchete do jornal Aujourd'hui en France. Eles têm 5, 8, 10 e 12 anos e são filhos de um funcionário da companhia francesa GDF Suez que vivia há dois anos na capital da República de Camarões, Yaundé.
O casal, Tanguy Moulin Fournier e sua mulher Albane, assim como as quatro crianças foram sequestradas quando voltavam de uma visita a um parque natural próximo da fronteira com a Nigéria. O Aujourd'hui en France comenta que a França detém o triste recorde de reféns nas mãos de terroristas, mais até que os Estados Unidos, envolvidos em guerras muito mais longas.
O jornal lembra que no início da intervenção militar francesa no Mali, em janeiro, o grupo Al Qeada do magreb islâmico, Aqmi, ameaçou atacar interesses franceses ao redor do mundo. Por enquanto, as autoridades francesas trabalham com dois suspeitos para esse sequestro, a Al Qaeda e o grupo radical nigeriano Boko Haram, uma seita sanguinária, como descreve o Aujourd'hui en France, que tem incendiado igrejas e cometidos outras atrocidades na Nigéria. O líder do grupo extremista é um saudita, que passou de sectário islâmico para terrorista.
O Le Figaro diz que o presidente François Hollande logo apontou jihadistas como prováveis autores do sequestro, ressaltando que o grupo Boko Haram, apesar de nigeriano, costuma se refugiar no norte de Camarões, onde não é importunado pelas Forças Armadas. Testemunhas viram que o grupo armado que levou os franceses andava de motocicleta com kalachnikovs.
O progressista Libération diz que nos últimos anos os grupos islâmicos radicais na África elegeram a França como inimigo número 1 do Islã. O jornal acredita que existe uma ligação direta entre esse novo seqüestro e a intervenção no Mali.
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