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O Mundo Agora

No Oriente Médio, o pior é sempre possível

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"Vira e mexe, o pêndulo da grande política mundial acaba apontando para o Oriente Médio. Pior ainda: para o conflito sem solução entre Israel e os palestinos. A revolução na Síria com todos os perigos de se transformar em guerra regional, a queda de braço com o Irã que está acelerando o seu programa nuclear, o enfrentamento cada vez mais evidente entre os governos islâmicos surgidos da “primavera árabe” e os grupos islamistas mais radicais: basta um novo surto de violência na fronteira da Faixa de Gaza para que tudo isso desapareça do noticiário e acabe refém dos foguetes do Hamas palestino e das bombas de Israel.O paradoxo é que a questão Israel/Palestina é bem menos importante do que as outras para a estabilidade da região e do planeta, mas ao mesmo tempo ela é central para a relação regional de forças.Ninguém mais acredita que este problema possa ser resolvido – em todo caso enquanto uma nova geração de líderes não for capaz de chegar ao poder em Tel-Aviv e Ramalah. Houve já tantas tentativas frustradas para encontrar uma solução que o mal denominado “processo de paz” está irremediavelmente paralisado. Este enfrentamento tem tudo para desestabilizar a região inteira, com conseqüências imprevisíveis na Síria, na relação com o Irã, no Cairo, em Tunis ou em Riad. E fatalmente, os acontecimentos vão obrigar as grandes potências, e particularmente os Estados Unidos, a tomar posições e complicar ainda mais o problema. Se a região não fosse também a maior reserva de petróleo do planeta, provavelmente o resto dos governos no mundo viraria as costas para este problema insolúvel e ficaria assistindo os massacres de arquibancada. Mas hoje, a economia chinesa, indiana ou européia dependem de maneira brutal das importações de hidrocarbonetos vindas do Oriente Médio. A Agencia Internacional da Energia acaba de anunciar que os Estados Unidos vão se tornar maior produtor de petróleo do mundo e que daqui a poucos anos não vão mais precisar importar nem uma gota de óleo da região. É possível que então a coisa mude. Mas ninguém sabe se será para o bem o para o mal. No Oriente Médio o pior é sempre possível."Clique acima para ouvir a crônica de política internacional de AlfredoValladão. 

Soldados israelenses próximo da fronteira de Gaza, 20 de novembro de 2012
Soldados israelenses próximo da fronteira de Gaza, 20 de novembro de 2012 Reuters
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