França e Brasil promoverão campanha contra turismo sexual com menores na Copa
Publicado em:
Ouvir - 04:51
Com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil precisa se preparar para o aumento dos casos de turismo sexual com envolvendo crianças. Ontem, em Paris, uma conferência internacional tratou deste assunto, para mobilizar desde já profissionais do turismo, autoridades governamentais, policiais e judiciais, além de ONGs. Foi feito o pré-lançamento de uma campanha contra a exploração sexual de menores, que será veiculada em 10 países europeus e quatro africanos, além do Brasil, a partir do ano que vem.
Jair Meneguelli do conselho nacional do Sesi, apresentou os resultados de uma iniciativa de combate a este problema, o projeto Vira Vida, presente em 19 cidades do Brasil e que ajuda crianças exploradas a se reinserirem na sociedade.
A campanha internacional "Não desvie o olhar" será promovida pela organização Ecpat, a sigla em inglês para Fim da Prostituição e do Tráfico de Crianças, presente em 80 países, em parceria com a Fundação Scelles, de luta contra a exploração infantil, e o Sesi. Philippe Galland, da Ecpat, explicou que a campanha também vai abranger o cerco aos clientes.
Escutas policiais realizadas antes e durante a Copa da Uefa, na Ucrânia, e as Olimpíadas de Londres mostraram que os dois eventos movimentaram intensamente as redes de prostituição infantil naqueles períodos. Miguel Fontes, consultor do Sesi, coordenou uma pesquisa no Brasil que constatou que o aumento do fluxo de turistas de lazer ocasiona uma elevação dos casos de turismo sexual com crianças. O estudo não demonstra uma correlação entre eventos esportivos em si e aumento da exploração de menores, mas sim afirma que o turismo de lazer em geral resulta em uma situação mais preocupante .
Estima-se que um milhão de crianças entrem na prostituição a cada ano, números que podem ser distantes da realidade, conforme os especialistas reunidos em Paris. Um terço da prostituição praticada no mundo é realizada por menores de 18 anos, devido à pobreza, ao tráfico e às guerras e conflitos. Quanto ao turismo sexual com crianças, ao contrário do que se pode pensar, os clientes que mais recorrem a este tipo de exporação não são os estrangeiros em turismo em outro país, mas sim os turistas nacionais.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro