Jornais franceses destacam promessa de ajuda do BCE à zona do euro

Os jornais franceses desta sexta-feira comentam o anúncio do BCE, o Banco Central Europeu, que planeja comprar "sem limites" títulos da dívida dos países em dificuldades para estabilizar as taxas de juros e estimular a confiança dos mercados financeiros na zona do euro.

Jornais desta sexta-feira, 07 de setembro de 2012 RFI

"Empurrados pela crise, os dirigentes do BCE são obrigados a intervir mas impõem condições insuportáveis para os povos", afirma o jornal comunista L'Humanité em sua primeira página.

"O BCE no papel da cavalaria", diz o título da reportagem de Libération.O jornal progressista se pergunta se essa decisão, que era exigida há meses por vários países europeus, vai salvar o euro definitivamente. "Mesmo que essa intervenção esteja submetida a condições muito severas, ela marca uma grande virada na crise, já que os recursos do Banco Central Europeu são ilimitados", diz Libération. Em seu editorial, o diário afirma que agora que o BCE assumiu suas responsabilidades, ele não poderá mais ser visto como um bode expiatório pelos líderes políticos da zona do euro.

"Ajude a si mesmo e Mario o ajudará" é o título irônico do editorial do conservador Le Figaro, que elogia a atuação do presidente da BCE e aprova as medidas de austeridade exigidas pela entidade em troca de sua intervenção.

Já o diário econômico Les Echos aponta que pela primeira vez desde o início da crise, investidores, economistas e observadores não ficaram decepcionados com o anúncio do Banco Central Europeu.

La Croix dedica sua manchete ao Fórum urbano mundial, que promoveu em Nápoles debates sobre as maneiras de melhorar as condições de vida nas cidades. O jornal católico publica uma grande reportagem sobre os projetos de inclusão urbana e pacificação das favelas no Rio de Janeiro. Apesar de citar os resultados positivos da ação do governo carioca, o enviado especial de La Croix lembra que em dez anos a população das favelas aumentou cinco vezes mais rápido que no resto da cidade. Além disso, o texto ressalta que cerca de 150 mil favelados correm o risco de serem expulsos de suas casas devido à especulação imobiliária e à construção de instalações esportivas para os Jogos Olímpicos de 2016.