Crise define os estilos de campanha de Barack Obama e Mitt Romney
O confronto entre o democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney pela presidência americana reproduz um exemplo clássico de eleições em tempos de crise, estima o jornal Le Monde que circula neste final de semana. De um lado, Obama, que tenta a reeleição prefere falar de projetos futuros e evitar fazer um balanço de sua presidência enquanto seu adversário republicano ataca justamente os pontos fracos do governo democrata.
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Para o Le Monde, Mitt Romney está prometendo demais, como o corte de 500 bilhões de dólares nas despesas públicas e redução de impostos, mas sem dar muitos detalhes de como conseguir essa equação.
O discurso do partido, diz o Le Monde, prega que o estado deve se afastar de tudo o que for possível e pretende, caso Romney seja eleito, voltar atrás de grandes reformas promovidas por Obama como o plano de saúde para toda a população e ajudas sociais até para o planejamento familiar.
Em extensa reportagem na edição de seu caderno sobre geopolítica, o jornal analisa a política externa do governo Obama que, de acordo com o Le Monde, preferia que os Estados Unidos não fossem a única potência a interferir na ordem internacional.
Mas o mundo exigiu o posicionamento da autoridade americana e o presidente Obama teve que se adaptar. Vários especialistas foram ouvidos pelo Le Monde e usaram diferentes definições para definir Obama: um pragmático-progressista, realista a contra-gosto e até praticante da não-ideologia.
O conservador Le Figaro escreve ironicamente em sua manchete que o presidente francês François Hollande descobriu a crise. Em editorial, o jornal escreve que ao dizer que a extensão da crise é "excepcional", sem mencionar o ex-presidente Sarkozy, o presidente Hollande deixou definitivamente para trás a campanha eleitoral e, quatro meses depois de sua eleição, muda o tom e decidiu acelerar a agenda do governo.
Mas para tornar a França competitiva, segundo o jornal, o presidente terá que adotar medidas dolorosas como corte nas despesas públicas e reformar o mercado de trabalho.
Para o Le Parisien, Hollande se rende às evidências e tenta com seu discurso de ação do governo acalmar a impaciência dos franceses que começa a crescer.
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