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Cannes/Bernard-Henri Levy

Rebeldes líbios e sírios caminham pelo tapete vermelho de Cannes

Na noite desta sexta-feira, acontece em Cannes a première do documentário de Bernard-Henri Lévy, "Le serment de Tobrouk" ('O juramento de Tobruk', em tradução livre), filmado durante os oitos meses da guerra civil que levou à queda do regime de Muammar Kadafi na Líbia. Lévy, renomado escritor e filósofo francês, subirá ao tapete vermelho acompanhado de quatro rebeldes líbios, além de dois insurgentes sírios que lutam para derrubar Bashar al-Assad.

O famoso tapete vermelho no Palácio dos Festivais em Cannes.
O famoso tapete vermelho no Palácio dos Festivais em Cannes. Festival de Cannes
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Estes dois últimos continuam em guerra em Damasco e saíram clandestinamente de seu país. Por medo de represálias e perseguições a suas famílias, eles assistem à sessão do filme com os rostos mascarados por bandeiras da "Síria Livre". Todos estes convidados pouco usuais do Festival de Cannes se encontraram no térreo de um apartamento de luxo em Paris, na última quinta-feira. Em árabe, um dos heróis da primavera líbia disse aos sírios que "Assad é um tirano como Kadaffi, que precisa ser derrubado". E desejou que o regime sírio tenha o mesmo destino do líbio.

Este mesmo insurgente aproveitou para elogiar BHL, presente ao encontro. "Bernard-Henri Lévy foi o primeiro a vir para a Líbia. Tudo que aconteceu lá foi graças a ele, porque ele conhecia Sarkozy". O filósofo respondeu: "Nos Jogos Olímpicos, existe a passagem da tocha. Eu adoraria que, amanhã [hoje], em Cannes, vocês passassem a tocha do que vocês fizeram a nossos amigos sírios. Esta é a razão do nosso encontro. Vocês têm a chama da liberdade, vocês a passarão para nossos irmãos sírios".

O filme
Lévy não só retrata, como participa ativamente do movimento revolucionário líbio. Em uma das cenas emblemáticas do filme, ele telefona para o então presidente francês Nicolas Sarkozy para pedir apoio à causa. Foi depois deste telefonema, em que Lévy fala que há um movimento político da maior magnitude em curso na Líbia e pede que Sarkozy receba uma Delegação do Conselho Nacional Líbio, que a França posicionou-se abertamente contrária a Kadaffi. Mas a participação do autor não se restringe à influência diplomática. Sob a câmera do fotógrafo e diretor Marc Roussel, ele vai e volta de zonas rebeldes, cidades libertadas, campos de batalha, salas do estado maior, hospitais de campanha, embaixadas e canais de televisão.

Além de fazer uma crônica do movimento revolucionário, Lévy usa o documentário para prestar homenagem a seu pai, que lutou na Líbia para libertar a França da mão dos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Daí vem o título do filme: em 2 de março de 1941, o coronel francês Philippe Leclerc reuniu seus homens no sul da Líbia e todos juraram que não deixariam as armas até que "nossas cores, nossas lindas cores, tremulando sobre a Catedral de Strasbourg", no norte da França. O episódio ficou conhecido como o "Juramento de Kufra".

Ao lado do jornalista Gilles Hertzog e de quatro líderes revolucionários, Lévy reencena o juramento sob a Cruz de Lorraine, símbolo das forças francesas instalado na cidade portuária de Tobruk, norte da Líbia. A cena, filmada em abril de 2011, mostra os seis homens que prometem "não se separar antes que a Líbia esteja no caminho da democracia". Assim foi. O resultado será visto em primeira mão hoje, em Cannes.

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