“Nuvens negras e tempestades financeiras voltam a aparecer no horizonte europeu. E não é só a perspectiva de uma vitória de François Hollande e da esquerda nas próximas eleições, presidencial e legislativa, na França que está preocupando os mercados. Depois do desastre grego, da falência portuguesa e irlandesa e do balança-mas-não-cai italiano, chegou a hora de um peixe bem mais gordo: a Espanha. A agência Standard & Poors jogou a nota da Espanha na sarjeta, o capital estrangeiro foge enquanto os bancos locais estão cada vez mais entupidos de títulos do Estado e créditos da bolha imobiliária que ninguém jamais pagará, e que as administrações e governos locais estão com os orçamentos estourados há muito tempo. A questão é que o problema econômico espanhol é grande demais para ser tratado pela perigosa engenharia financeira que serviu para a Grécia. O novo governo de Mariano Rajoy decidiu que a única solução era um apertaço no cinto, uma política de austeridade que tem tudo para matar o paciente. E se a Espanha for à falência vai ser difícil segurar a unidade do mercado comum europeu e a própria moeda, o Euro”. Ouça a crônica de política internacional de Alfredo Valladão.
