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BRICS/Nova Délhi/Geopolítica

Brasil e Índia: parceiros políticos na defesa de um mundo multipolar

O Brasil e a Índia partilham as mesmas visões quanto a um mundo multipolar e à reforma do Conselho de Segurança da ONU, destacou recentemente o ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, durante uma visita à Índia. Porém, o interesse mútuo por um estreitamento dos laços bilaterais é recente.

O premiê indiano Manmohan Singh vai receber a presidente Dilma Rousseff em reunião bilateral na sexta-feira, após o encerramento do encontro do BRICS.
O premiê indiano Manmohan Singh vai receber a presidente Dilma Rousseff em reunião bilateral na sexta-feira, após o encerramento do encontro do BRICS. Getty Images/Shekhar Yadav
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Adriana Moysés, enviada da RFI a Nova Délhi

As relações políticas entre Brasil e Índia são marcadas por uma grande ignorância mútua, avalia Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da FGV-SP, que participou no início do mês do Fórum Acadêmico do BRICS, na capital indiana. Um sinal da incipiência das relações bilaterais é o pequeno número de diplomatas alocados na embaixada brasileira em Nova Délhi.

"Brasil e Índia começaram a se conhecer melhor com o fim da Guerra Fria, mas só nos anos 90 surgiram as primeiras tentativas de estreitar os laços, aprofundadas pelo governo Lula e o reposicionamento do Brasil no cenário mundial, processo que também aconteceu na Índia mais ou menos na mesma época", disse Stuenkel em entrevista à RFI.

Na última década, Brasil e Índia perceberam que compartilham da mesma visão de mundo, que é necessário reformar a ordem global, conceder mais espaço aos emergentes, mas ao mesmo tempo a realidade política dois dois países é muito diferente, ressalta o especialista.

Mesma visão, mas desafios de segurança diferentes

A Índia enfrenta sérios desafios de segurança em sua região. Vive em crise constante com o vizinho Paquistão, sendo que os dois países têm a arma nuclear. Enfrenta um conflito de fronteiras com a China, levantes étnico-religiosos e separatistas internos, enfim, uma série de ameaças graves à unidade do país, enquanto o Brasil se encontra num contexto geopolítico mais tranquilo. "Mesmo assim, em 2005 Índia e Brasil se juntaram para fazer campanha pela reforma do Conselho de Segurança da ONU", lembra Stuenkel.

De acordo com o especialista, a longo prazo, como são dois países grandes e em desenvolvimento, com desafios domésticos e ambições globais, continua havendo espaço para colaboração.

 

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