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Governo brasileiro está furioso com países ricos, diz Les Echos

O diário econômico Les Echos volta a comentar as críticas do governo brasileiro sobre a política monetária dos países ricos. Segundo Les Echos, a atividade econômica no Brasil despencou por causa das decisões tomadas pelos países europeus e os Estados Unidos para controlar a crise na zona do euro.

Neidy Ribeiro
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Em um artigo publicado hoje, Les Echos relata que o Banco Central brasileiro teve de baixar mais do que queria a taxa básica de juros, para evitar um forte recuo do crescimento no Brasil. Mas como ressalta o diário, o estrago está feito. O Brasil passou de um crescimento de 7,5% em 2010 para 2,7% em 2011, um freio que pode ser atribuído às políticas monetárias expansionistas na Europa e nos Estados Unidos.

Les Echos diz que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, está mobilizado para ajudar o governo da presidente Dilma Rousseff a redinamizar a atividade econômica, dando até menos importância à taxa de inflação que já supera 6%. As dificuldades estruturais da economia brasileira estão sendo provocadas pela enxurrada de dólares que chegou ao país, após a injeção de mais de 500 bilhões de euros do Banco Central Europeu na zona do euro e de medidas semelhantes do FED americano. O tal do tsunami financeiro criticado pela presidente Dilma Rousseff.

Les Echos explica que os investidores desviam o dinheiro para o Brasil, em busca do ganho financeiro com as altas taxas de juros pagas no país, criando dificuldades para os industriais e o setor produtivo. Só no setor automobilístico, a produção de carros novos caiu 30% no ano passado, destaca o jornal econômico. Em sua visita à Alemanha, no início da semana, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o risco de desindustrialização com a chanceler Angela Merkel, escreve Les Echos.

O governo brasileiro teme e com razão a formação de bolhas financeiras, "devido às montanhas de liquidez vindas dos Estados Unidos e da União Europeia". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já está tomando providências para evitar uma apreciação muito importante do real, outra consequência negativa das políticas adotadas nos países ricos para sair da crise.

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