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Itália/ naufrágio

Capitão do Costa Concordia nega ter demorado a pedir socorro

O capitão do navio de cruzeiro Costa Concordia, que atingiu uma rocha e afundou perto da ilha de Giglio, na Itália, afirmou a magistrados ter informado os proprietários do navio sobre o acidente imediatamente, negando uma suposta demora para ativar o alarme. O capitão Francesco Schettino foi acusado de provocar o acidente no último dia 13, que causou a morte de ao menos 12 pessoas, incluindo uma mulher localizada neste sábado nos destroços.

Capitão do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, afirma ter informado imediatamente a companhia Costa após perceber o problema no navio.
Capitão do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, afirma ter informado imediatamente a companhia Costa após perceber o problema no navio. REUTERS/Stringer
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Schettino está em prisão domiciliar, acusado de homicídio múltiplo, de provocar um naufrágio e de abandonar a embarcação antes que todos os mais de 4,2 mil passageiros tivessem deixado o cruzeiro. Suas declarações a procuradores que investigam o desastre, divulgadas na imprensa italiana e confirmadas por fontes judiciais, ressaltam a crescente disputa entre ele e a Costa Cruise Lines, que operava a embarcação de 114,5 toneladas.

Equipes de mergulhadores retomaram as operações de buscas neste sábado, mas as esperanças de encontrar mais alguém com vida já se esgotaram. Vinte e uma pessoas ainda estão desaparecidas.
Procuradores afirmaram que Schettino conduziu o navio a 150 metros da ilha Giglio para realizar uma manobra conhecida como "saudação" - um cumprimento às pessoas da ilha. Ele admitiu ter chegado muito perto da costa, mas negou ser o único responsável pela tragédia.

Segundo transcrições publicadas pela imprensa italiana de seu interrogatório por procuradores, ele disse que imediatamente após atingir a pedra enviou dois funcionários para a sala de máquinas para checar o estado do navio. Assim que percebeu a escala dos danos, ele telefonou para Roberto Ferrarini, diretor de operações da Costa Cruises. "Eu disse a ele: me envolvi em uma confusão, houve contato com o fundo do mar. Estou dizendo a verdade, passamos por Giglio e houve um impacto", teria dito Schettino.

"Não consigo me lembrar de quantas vezes liguei para ele na hora e nos quinze minutos seguintes. Em todo caso, estou certo de que informei Ferrarini sobre tudo, em tempo real", disse, acrescentando que pediu à companhia para enviar rebocadores e helicópteros. O presidente-executivo da Costa Cruises, Pier Luigi Foschi, afirmou que Schettino demorou para emitir o alerta SOS e ordens de evacuação, além de ter dado informações falsas para a companhia.

Mulher localizada

Equipes de mergulhadores da Marinha italiana encontraram neste sábado o corpo de uma mulher, a 12ª vítima do acidente com o navio Costa Concordia, que naufragou no dia 13 de janeiro. As equipes acharam o corpo em um dos quartos dos 17 andares do cruzeiro. "O corpo foi levado para terra firme e as famílias foram contatadas. Mas será necessário realizar testes de DNA para identificá-lo, já que, ao final de uma semana na água, fica identificável", informou uma fonte da Marinha.

Até o momento, apenas oito vítimas foram identificadas formalmente: seis turistas - quatro franceses, um espanhol e um italiano -, um tripulante peruano e um violinista húngaro.

Já a Guarda Costeira confirmou pela primeira vez um vazamento de óleo diesel no local, aumentando temores de um desastre ambiental. O combustível seria um "tipo leve" de diesel usado como lubrificante nos maquinários e botes de resgate. Há 185 toneladas desta variedade do combustível a bordo. Trata-se de uma presença "muito leve, muito superficial" no mar, disse o porta-voz da Guarda Costeira, o comandante Cosimo Nicastro.
 

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