A China começou a sentir os efeitos da crise da dívida da Europa e dos Estados Unidos. O crescimento do PIB chinês, que tinha atingido 10,4% em 2010, caiu progressivamente e chegou a 9,1% no terceiro semestre desse ano. O índice de produção de manufaturas teve a mais forte queda desde 2008. Trabalhadores de diversas empresas fizeram greve nas últimas semanas no sul, grande exportador de produtos manufaturados. Eles protestavam contra as demissões e as reduções de salários ligadas a uma baixa da demanda dos países ocidentais, principalmente da Europa que está endividada. Em outubro, as exportações chinesas para a União Europeia sofreram um rebaixamento de 2 bilhões e 700 milhões de dólares, aproximadamente 4 bilhões e 28 milhões de reais. Para os Estados Unidos o país perdeu o equivalente a 1 bilhão e 55 milhões de dólares, 2 bilhões e 76 milhões de reais, em exportações em setembro. Mas Pierre Picquart, especialista da China contemporânea, afirma que a situação não é alarmante. Segundo Picquart, autor dos livros "O império chinês" (Livre tradução do francês L’empire chinois) e “A China dentro de 20 anos e o resto do mundo” (La Chine dans vingt ans et le reste du monde"), o crescimento econômico da China ainda é importante e a força do mercado consumidor impedirá o país de entrar em crise.
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