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Egito/Manifestações

Milhares de pessoas se manifestam no Egito contra junta militar

Mais de 50.000 pessoas se manifestaram, nesta sexta-feira, na Praça Tahrir, no Cairo, para exigir que o exército transfira o poder para os civis. Os manifestantes denunciam um projeto que poderia permitir aos militares de conservar privilégios.

La plupart des manifestants ce 18 novembre étaient des islamistes. Les laïcs, libéraux ou les sympathisants de gauche avaient boycotté ces rassemblements.
La plupart des manifestants ce 18 novembre étaient des islamistes. Les laïcs, libéraux ou les sympathisants de gauche avaient boycotté ces rassemblements. REUTERS/Asmaa Waguih
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Simpatizantes de formações laicas liberais ou de esquerda e movimentos pró-democracia, que começaram a revolta que tirou o presidente Hosni Moubarak do poder em fevereiro, participaram da manifestação. Segundo a agência oficial Mena, grupos se manifestaram também em Alexandria, a segunda maior cidade do Egito e bastião tradicional dos Irmãos Muçulmanos.

As manifestações acontecem dez dias antes das primeiras eleições legislativas depois da queda de Moubarak, que deveriam começar no dia 28 de novembro.

O exército, que está no poder no país desde a demissão do presidente no dia 11 de fevereiro, prometeu passar o poder aos civis quando o novo presidente for eleito, mas nenhuma data foi fixada ainda.

“Nossos dirigentes pensam que o tempo vai nos fazer esquecer nossa causa, eles se enganam”, declarou, durante um sermão antes das manifestações, o imã Mazhar Chahine, em alusão ao Conselho supremo das forças amadas (CSFA), no poder há quase dez meses.

Os manifestantes também criticam o projeto de carta de princípios constitucionais apresentado pelo vice-primeiro-ministro Ali Silmi. O documento é acusado de reduzir as prerrogativas do próximo Parlamento. O projeto já sofreu diversas emendas e poderia privar o Parlamento do direito de controlar o orçamento do Exército e as leis que regulariam assuntos militares.

“Enquanto a CSFA estiver no poder, o Parlamento não será soberano”, declarou Adham Hani, um morador da província de Minya, no centro do Egito, que foi ao Cairo para se manifestar.

Apesar da presença de manifestantes laicos, essas manifestações são uma demonstração de foca dos grupos islâmicos, entre eles, os Irmãos Muçulmanos, a alguns dias apenas da abertura da votação legislativa.

“Para os que têm medo dos movimentos islâmicos no Egito, eu digo que não é necessário temer o Islã no nosso país. O Egito é um país islâmico”, declarou Chahine.

O responsável religioso diz que pede “um Estado civil que seja uma democracia, com uma visão islâmica, e que permita as pessoas praticar seus direitos democráticos.”
 

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