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Líbia/Crise

Kadafi convoca os líbios a “limparem” as ruas de Trípoli

Em uma mensagem de áudio divulgada na manhã desta quarta-feira por um canal de tevê da Síria, o ditador líbio Muammar Kadafi afirma ter caminhado incógnito pelas ruas de Trípoli. O presidente pede ainda que os moradores ajudem a "limpar" a capital líbia dos ratos, uma referência aos rebeldes que tomaram o controle da cidade. O chefe de Estado também disse ter se retirado de seu QG por uma questão "estratégica".

Líbios festejam a tomada do quarte-general de Kadafi pelos rebeldes.
Líbios festejam a tomada do quarte-general de Kadafi pelos rebeldes. REUTERS/Esam Al-Fetori
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Um dia após os rebeldes terem tomado Bab al-Azizia, o quartel-general de Muammar Kadafi, o presidente líbio fez um pronunciamento em áudio pela televisão Arrai, na qual tenta mobilizar a população. "Eu passei incógnito, sem que as pessoas tivessem me visto, e vi jovens dispostos a defender a cidade", disse Kadafi, sem dar detalhes de quando havia feito essa caminhada na capital.

Na terça-feira, os rebeldes, apoiados pelas forças da OTAN, tomaram o controle do complexo residencial do presidente líbio na periferia de Trípoli. As imagens dos moradores chutando uma estátua do ditador reforçaram a convicção de que seu regime chegou ao fim, mas o paradeiro de Kadafi continua um mistério. Em outra mensagem de áudio, divulgada durante a noite pelo canal de tevê al-Orouba e retransmitida pelo site internet do canal al-Libyia, que pertence ao filho de Kadafi, Saif al-Islam, o ditador disse ter se retirado de seu QG por uma questão "estratégica".

França, Estados Unidos e Grã-Bretanha têm pressa em colocar um ponto final no regime de Kadafi, mas, diante da resistência dos aliados do ditador, ainda não celebram a vitória sobre o regime. O presidente francês, Nicolas Sarkozy conversou na terça-feira com o presidente norte-americano Barack Obama e declarou que as operações militares devem continuar até Kadafi se render e seus aliados entregarem todas suas armas.

Os Estados Unidos anunciaram a possibilidade de desbloquear até 1,5 bilhões de dólares para Conselho Nacional de Transição (CNT) começar um novo governo na Líbia e para ajuda humanitária. A situação nos hospitais de Trípoli é considerada dramática. Estimativas do CNT indicam que em três dias de combates na capital, 400 pessoas morreram e 2 mil estão feridas.

O número 2 do Conselho, o órgão político da rebelião, Mahmoud Jibril, será recebido pelo presidente Sarkozy para uma reunião em Paris no final da tarde desta quarta-feira para discutir a situação da Líbia e a ação da comunidade internacional. Na terça-feira Jibril declarou que a transição no país já tinha começado. O presidente do Conselho, Moustapha Abdeljalil, afirmou que a partir de quinta-feira a sede do CNT se muda de Benghazi para a capital, Trípoli.

O presidente russo Dmitri Medvedev declarou nesta quarta-feira que atualmente há dois poderes na Líbia, e Moscou só vai reconhecer oficialmente os rebeldes como novo governo se eles unificarem o país, e pediu um acordo entre os insurgentes e Kadafi para o fim da violência. O Brasil ainda não reconhece oficialmente a o CNT e vai aguardar a posição da ONU sobre a liderança que será considerada legítima em um novo governo líbio.
 

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