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Costa do Marfim/Crise

Forças do presidente eleito intensificam ofensiva contra Gbagbo

Quatro meses após ser derrotado nas eleições presidenciais, o presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, deverá finalmente deixar o cargo, mas na base da força e da violência. As forças leais ao presidente eleito nas urnas, Alassane Ouattara, reconhecido vencedor pela ONU, entraram na cidade e já cercam o bairro onde se encontra o palácio presidencial em Abdijan e a residência de Gbagbo.  

Forças pró-Ouattara se preparam para atacar o palácio presidencial da Costa do Marfim, na noite do 31 de março ao 1° de abril.
Forças pró-Ouattara se preparam para atacar o palácio presidencial da Costa do Marfim, na noite do 31 de março ao 1° de abril. AFP photo/Jean-Philippe Ksiazek
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Os moradores de dois bairros de Abidjan, a principal cidade da Costa do Marfim, onde ficam o palácio presidencial e a luxuosa mansão de Laurent Gbagbo, passaram a noite sob fogo cruzado. Nas ruas, as forças do presidente eleito Alassane Ouattara travam combates intensos contra a Guarda Republicana, uma unidade de elite fortemente armada, e os Jovens Patriotas, fiéis a Laurent Gbagbo e dispostos a defender o governante que passou os últimos dez anos no poder até a última gota de sangue.

O ruído surdo dos morteiros, das rajadas de metralhadora e de outras armas de artilharia afugentou a maior parte dos 4 milhões de moradores das ruas. A Batalha de Abidjan, a capital econômica da Costa do Marfim, começou na noite dessa quinta-feira e deve ser a etapa final de uma ofensiva iniciada pelas forças pró-Ouattara há cinco dias, no interior do país.

Na manhã de hoje, ninguém sabe ao certo se Laurent Gbagbo se refugiou em sua mansão ou no palácio presidencial. Militares leais a Gbagbo confirmaram o ataque à casa do dirigente. As forças pró-Ouattara afirmam ter tomado o controle da televisão estatal RTI, usada por Gbagbo para fazer propaganda do regime, e do aeroporto de Abidjan.

Desde ontem, o presidente eleito, apoiado por seu primeiro-ministro Guillaume Soro, igualmente ministro da Defesa, ordenaram o fechamento das fronteiras do país. O primeiro-ministro havia dado um ultimato para Gbagbo deixar o poder até quinta-feira. O governo Ouattara também decretou toque de recolher em Abidjan até o próximo domingo.

A França, que tem uma missão de paz composta por 900 homens em Abidjan, interveio ontem para acalmar os ânimos num bairro da zona sul da cidade, onde moram a maioria dos franceses e europeus de Abidjan. Grupos depredaram o comércio, saquearam lojas e supermercados. Cerca de 500 estrangeiros de Abidjan buscaram refúgio na base militar francesa, para se proteger dos combates.

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