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China/Política

Governo chinês promete criar empregos para evitar tensão social

Em seu discurso anual na abertura do Congresso Nacional do Povo, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, anunciou uma série de prioridades do governo chinês para manter o equilíbrio econômico do país e responder às preocupações da população com o aumento de preços dos produtos e o desemprego. As medidas servem também para afastar qualquer ameaça de insatisfação social que possa levar a protestos como os que derrubaram regimes ditatoriais no mundo árabe.

Trabalhador chinês acompanha discurso do primeiro-ministro Wen Jiabao, diante do Congresso Nacional do Povo.
Trabalhador chinês acompanha discurso do primeiro-ministro Wen Jiabao, diante do Congresso Nacional do Povo. Reuters
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Com colaboração de Maria João Belchior, correspondente da RFI, em Pequim,

Diminuir o crescimento e controlar a inflação. Estes são dois dos grandes desafios da China para o ano 2011. Wen Jiabao, o primeiro-ministro chinês, abriu neste sábado o Congresso Nacional do Povo com um discurso longo, transmitido ao vivo pela televisão a todo o país. Foram duas horas para explicar o que vai ser o próximo plano quinquenal do país, para o período de 2011 a 2015. Com um crescimento econômico em torno de 7%, o governo chinês anunciou que nos próximos anos quer diminuir as desigualdades sociais.

Depois de nos últimos cinco anos, ter apresentado níveis de crescimento de 11 % em média, agora a China quer alterar as prioridades. O meio ambiente, a inflação, a segurança alimentar e o fim da especulação imobiliária são temas que entraram no discurso oficial.

Wen Jiabao disse também que nos próximos anos é preciso ter um governo mais limpo e livre de corrupção. O gigante asiático, que no ano passado atingiu a posição de segunda maior economia do mundo, estabeleceu como objetivo criar 45 milhões de novos postos de trabalho nos próximos cinco anos. Para a defesa, o orçamento deste ano vai ter um aumento de 12,7%, com gastos totais superando os 90 bilhões dólares. Mas o maior aumento é na área de segurança pública que vai ter um orçamento de cerca de 95 bilhões de dólares.

Segurança

O encontro do Congresso dura dez dias e mais de 739 mil policiais fardados ou à paisana  foram  mobilizadas para garantir a segurança durante o evento. A praça Tiananmen é vigiada por polícia e militares e todas as pessoas são revistadas antes de entrarem na praça. Segundo a agência China News, moradores foram recrutados para trabalhar como "agentes" nos bairros.

Nas últimas duas semanas, o governo chinês tem demonstrado maior preocupação com a possibilidade de enfrentar manifestações inspiradas na revolução do Jasmim, que derrubou o ditador Ben Ali, na Tunísia, e também na revolta popular no Egito que terminou com a queda de Hosni Mubarak.

Para controlar os movimentos da população nas entradas de Pequim foram colocados postos de controle militar. Vários ativistas foram detidos na última semana segundo informações de uma organização pela defesa dos direitos humanos de Hong Kong. Além disto, um comunicado interno declarou que é proibido usar a Internet para incitar a atividades que sejam um atentado à segurança interna.

Em seu discurso, o premiê insistiu sobre a estabilidade social. O tema foi abordado de maneira direta e em tom ameaçador através de um editorial publicado pelo Beijing Daily. “Todo mundo sabe que a estabilidade é uma benção e o caos uma calamidade”; escreve o jornal, que é o órgão oficial da administração comunista para os moradores da capital.

Citando as revolas populares que derrubaram os ditadores tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak, e que agora ameaçam o líbio Kadahi, o editorial afirma que “o conflito levou a um desastre em massa para os povos desses países”. Depois de evocar iniciativas vindas do exterior que incitariam manifestações ilegais para desencadear o caos na China, o texto termina com um apelo para que os cidadãos chineses “protejam conscientemente a harmonia e a prosperidade”.

 

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