Crise líbia domina a imprensa francesa

Todos os jornais dedicam diversas páginas com os fatos, análises e editoriais sobre a revolta popular na Líbia, enfocando "a loucura" do ditador Muammar Kadafi.

Reuters

Le Figaro, de direita, traz uma foto impressionante de um partidário do coronel, tendo como fundo um mar de chamas que, na realidade, era um caminhão com combustível que foi incendiado. O artigo diz que Kadafi está precipitando a Líbia rumo a uma guerra civil e destrincha os fatos, desde a situação no leste do país, dominado pelos rebeldes, à fronteira da Tunísia, onde a situação é catastrófica e milhares de pessoas aguardam a repatriação. Figaro também analisa que a União Europeia busca uma estratégia de ação diante da "febre árabe", como escreve o jornal.

O católico La Croix prevê que a guerra se aproxima de Benghazi e informa que os opositores de Kadafi temem um ataque de grande envergadura na segunda cidade do país. La Croix também aborda a situação angustiante dos milhares de refugiados na fronteira da Líbia com a Tunísia.

Libération, de esquerda, pergunta como conseguir que Kadafi parta, lembrando que europeus e americanos estão divididos sobre as modalidades de uma intervenção militar para pôr um ponto final no drama do povo líbio. O diário analisa que fechar o espaço aéreo líbio, como sugere a comunidade internacional, necessita um forte deslocamento militar que poderia ser muito mal recebido na região. Libération também indica que o número de mortos nos combates entre opositores e fieis a Kadafi já chegou a 6.000 mortos, segundo a Liga Líbia dos Direitos Humanos. Uma página inteira homenageia Mahdi Ziou, o mártir discreto, como diz Libération. O homem lançou seu carro repleto de bujões de gás contra um campo em Benghazi onde se concentravam as forças fiéis ao regime de Muammar Kadafi.

O suplemento econômico do Figaro analisa como os combates na Líbia provocaram a alta do preço do petróleo, negociado em Londres a mais de US$117 nesta quarta-feira.