No poder depois da queda do presidente Hosni Mubarak, o Exército egípcio deu dez dias para que uma comissão de juristas proponha emendas à Constituição do país, retirando dela todas as restrições e obstáculos às aspirações dos que fizeram a chamada "revolução do povo". Inquieto com a grave situação econômica que atravessa o Egito, o Exército está alertando para o fato de que novas greves tornariam essa situação desastrosa. Segundo o especialista no mundo árabe Lejeune Mirhan, membro da Academia de Altos Estudos Ibero-Árabe de Lisboa, o poder deveria ter sido passado a um colegiado representativo dos participantes das manifestações, pois todos os generais da cúpula do Conselho Militar foram nomeados por Mubarak. Para Mirhan, só eleições gerais livres poderão colocar o Egito no rumo da democracia.