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IMPRENSA

Brasil rejeita proposta de Sarkozy no G20 de controle dos preços agrícolas

A correspondente do Le Figaro no Rio de Janeiro, Lamia Oualalou, informa em um artigo publicado na edição de hoje do jornal que o Brasil quer cortar na raiz qualquer espécie de tentativa de regulamentação dos preços das matérias-primas agrícolas nos mercados internacionais.

Le Figaro e Les Echos trazem artigos sobre as posições econômicas do governo brasileiro.
Le Figaro e Les Echos trazem artigos sobre as posições econômicas do governo brasileiro. A. DE FREITAS
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As exportações brasileiras de cereais impulsionaram o desenvolvimento do Brasil nos últimos anos em detrimento da produção dos agricultores europeus e de outros países com um sistema agrícola menos organizado. Nada mais natural que o governo brasileiro queira defender seu quinhão contra as propostas do chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, atualmente na presidência do G20. Sarkozy propõe aumentar a regulamentação nos mercados de matérias-primas para evitar a alta dos preços de produtos de primeira necessidade, como açúcar, arroz, farinha de trigo, soja e milho. O Brasil, maior exportador mundial de produtos alimentares, concorda com a necessidade de encontrar uma solução para evitar que os especuladores assumam uma posição dominante no mercado, mas não quer ouvir falar de controle de preços, informa Le Figaro.

Para defender sua posição, o governo brasileiro cita duas razões muito simples. Quando as cotações estão baixas, ninguém na comunidade internacional fala em medidas para sustentar os preços. O Brasil também estima que a volatilidade dos preços observada atualmente não é muito diferente do que foi visto nos últimos 50 anos.

Segundo Le Figaro, a presidente Dilma Rousseff também não é favorável às propostas de Sarkozy de reforma do sistema monetário internacional. O francês propõe um reforço do papel do FMI no controle da movimentação de capitais a curto prazo, uma disposição para evitar ações desordenadas e reações protecionistas. O Brasil, que já taxa o capital estrangeiro para manter a apreciação do real sob controle, acha que o FMI pode até coletar as boas experiências mundiais, mas o órgão deve manter uma posição de consultor, sem poder de imposição.

A posição do Brasil é clara: a regulamentação dos mercados proposta por Sarkozy é prejudicial aos países emergentes e ainda mais que o FMI sempre negligenciou as práticas protecionistas dos países ricos, que criaram as distorções atuais.

Em outro artigo publicado nesta quinta-feira, o jornal Les Echos estima que o Brasil se encontra diante de uma equação difícil de política monetária: controlar o afluxo de capital externo para evitar pressões inflacionárias. Para Les Echos, o recente aumento da taxa de juros do Banco Central a 11,25%, a mais elevada do mundo, mantém o impasse e não resolve o problema.
 

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