Confissão de Fidel sobre fracasso do modelo econômico cubano é destaque na imprensa francesa

A declaração histórica de Fidel Castro de que o modelo econômico de Cuba não serve mais nem mesmo para os próprios cubanos ilustra a manchete principal do jornal conservador francês Le Figaro desta sexta-feira. Segundo o jornal, o ex-líder máximo da Ilha está fazendo uma verdadeira autocrítica de seus anos de poder.

RFI

A confissão do fracasso do modelo é feita no momento em que Fidel multiplica suas intervenções públicas para dar apoio ao seu irmão Raúl que tenta reformar o país pra salvar o regime. Em editorial, Le Figaro afasta a hipótese de um “escorregão senil” de um homem de 84 anos que sempre se mostrou inflexível e sugere que Fidel talvez tenha tomado consciência da situação catastrófica que o comunismo deixou no país.

Caso Bettencourt

O Libération dedica sua reportagem principal a novas denúncias contra o ministro do Trabalho Eric Woerth, um dos personagens principais do caso Bettencourt, um escândalo familiar que ganhou contornos políticos com a revelação de doações ilegais da herdeira do grupo L'Oréal à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy.

Desta vez o Libé revela outra intervenção de Woerth, enquanto ministro do Orçamento, para reduzir o pagamento de impostos de um empresário dono de um cassino. A credibilidade do ministro está comprometida, sugere o Libération. Outro destaque do jornal é a subida extraordinária dos preços dos imóveis em Paris.

Paris cara

Na capital francesa a média do metro quadrado bateu novo recorde: 6.680 euros, o equivalente a 14 mil e 600 reais. Além de ter esgotado o potencial de construção de novos prédios, o jornal explica que o mercado local atrai não apenas os franceses mas o mundo inteiro. Um em cada 3 proprietários não mora em Paris, mas tem imóvel na cidade.

O assunto também é capa do Le Parisien. Comprar em Paris virou um luxo é a manchete do jornal. Os investidores comemoram a alta dos preços mas empurra as classe média e pobre para as periferias da cidade, conclui o Le Parisien.