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França/Reims

Monumento homenageia africanos combatentes da Primeira Guerra Mundial

Os presidentes da França e do Mali inauguram nesta terça-feira (6) em Reims, no leste da França, um monumento ao Exército Negro que teve participação decisiva na Primeira Guerra Mundial.

"Aos heróis do Exército Negro", monumento dedicado às tropas africanas que combateram durante a Primeira Guerra Mundial.
"Aos heróis do Exército Negro", monumento dedicado às tropas africanas que combateram durante a Primeira Guerra Mundial. FRANCOIS NASCIMBENI / AFP
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Michel Arseneault, enviado especial a Reims

Cem anos depois do Armistício de 1918, que colocou fim ao conflito, Emmanuel Macron e Ibrahim Boubakar Keita prestam uma homenagem aos atiradores de elite africanos, imortalizados em uma escultura de bronze instalada no Parque de Champagne desde 2013. O monumento não havia sido inaugurado até agora.

A obra representa quatro soldados africanos e um oficial francês da Primeira Guerra Mundial. O bronze original de 1924, uma criação do escultor Paul Moreau-Vauthier, foi imaginado na época como um "testemunho de gratidão" ao Exército Negro. Mas, 20 anos depois, o monumento foi destruído pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial por representar tudo o que os fascistas alemães mais odiavam. Só depois da virada do século, em 2013, que uma cópia da escultura foi confeccionada e instalada no parque.

Exército Negro foi fundamental na defesa da França

Mais de dois milhões de africanos serviram como soldados ou trabalhadores para os exércitos da Europa e dos Estados Unidos durante a Grande Guerra. Chamados na época de soldados senegaleses, eles eram provenientes de regiões que hoje integram o Mali. Por isso, a inauguração desta terça-feira reúne Macron e o presidente malinês Keita. Com essa homenagem, os dois dirigentes enfatizam os laços históricos entre os dois países.

Os africanos tiveram um papel estratégico na defesa de Reims, por ocasião das duas ofensivas lançadas pelos alemães para conquistar a cidade em 1918. Segundo Julien Fargettas, chefe do Departamento Nacional de Veteranos e autor do livro "Os atiradores senegaleses: soldados negros entre lendas e realidades 1939-1945", ao menos 15.000 senegaleses participaram de batalhas no final de maio e em julho daquele ano, registrando perdas significativas. Foi o apogeu do envolvimento dos africanos no primeiro conflito mundial. Eles evitaram a queda de Reims, impedindo o avanço do Exército alemão na direção de Paris.

O monumento de 1924 foi financiado pelos franceses. Sua inauguração atraiu milhares de moradores de Reims e de outras regiões, em uma comemoração histórica com desfile de tropas. Aqueles que iniciaram o monumento quiseram celebrar o soldado africano que veio lutar pela França, sublinha Fargettas. Mas também houve o intuito de exaltar o império colonial, a grandeza da França. De toda forma, os moradores de Reims manifestam gratidão pelos soldados africanos que morreram para defender a cidade.

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