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França/Moda/Cultura

História de Jean Paul Gaultier vira espetáculo no Folies Bergère em Paris

O estilista francês Jean Paul Gaultier está à frente de Fashion Freak Show, um espetáculo que conta a sua própria história. Entre teatro de revista e comédia musical, o costureiro retraça sua trajetória a partir de outubro no Folies Bergère, tradicional cabaré parisiense.

Афиша нового спектакля Жан-Поля Готье
Афиша нового спектакля Жан-Поля Готье Reprodução
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Ele ficou mundialmente conhecido pelos sutiãs em forma de cone usados pela cantora Madonna, por ter feito rapazes desfilarem vestindo saia ou pelas blusas listradas inspiradas no uniforme de marinheiro. Aos 65 anos de idade, Jean Paul Gaultier entrou para a história da moda por ter banalizado a alta-costura, com uma mistura de referências pop e um discurso acessível que agrada tanto franceses quanto estrangeiros. Como Karl Lagerfeld, ele é uma das poucas personalidades do mundo da moda reconhecido nas ruas, o que atesta sua popularidade, mesmo se desde 2014 o estilista não produz mais prêt-à-porter e se concentra apenas nos desfiles de alta-costura e nas lucrativas linhas de perfume.

Para celebrar seus 40 anos de carreira, Gaultier decidiu montar uma espécie de teatro de revista moderno, gênero que mistura música, dança e sátiras, seguindo os passos de um estilo popular que marcou sua trajetória. “Eu descobri o mundo do espetáculo aos nove anos de idade por meio de um teatro de revista do Folies Bergère transmitido pela televisão”, se recorda o costureiro, em referência à famosa casa de shows parisiense por onde já passaram Joséphine Baker e Charlie Chaplin, e na qual ele apresenta agora sua própria história.

Família modesta e início como aprendiz de Pierre Cardin

O percurso de Gaultier, filho de uma família modesta da periferia de Paris, que começou sua carreira ao lado de Pierre Cardin, se mistura no palco com quatro décadas de referências culturais que marcaram sua carreira. Como o movimento punk e Londres, onde ele teve seu primeiro reconhecimento internacional – inclusive apresentando o programa de televisão Eurotrash na televisão britânica nos anos 1990 – ou ainda as festas do Palace, casa noturna que marcou os anos 1980 na França. Foram dois anos de preparação, não apenas para a seleção de elenco e montagem de coreografias, mas também para elaborar os 200 figurinos inéditos inspirados em suas coleções.

“Mas eu também abordo novos temas, como a cirurgia plástica e suas criaturas, ou ainda a ‘feira das vaidades’ das redes sociais”, conta o estilista na apresentação do espetáculo. Gaultier, que sempre se esforçou para valorizar a diversidade, longe do politicamente correto e muito antes do termo gender fluid virar moda, promete seguir a mesma linha com Fashion Freak Show. “Quero mostrar a diferença, que há beleza em todos os lugares. Tudo depende de como olhamos as coisas. Eu sempre adorei os freaks, as pessoas estranhas, os provocadores, as estéticas que se misturam. E essa energia transgressiva estará no palco”, promete.

A trama de sua vida será ritmada por composições de Nile Rodgers, músico do grupo Chic e autor de Le Freak, título do final dos anos 1970 que Gaultier ressuscita no trailer do espetáculo, em mais uma referência às suas influências e seu passado, que ele nunca esquece. Prova disso, o costureiro co-dirige o espetáculo com Tonie Marshall. A cineasta francesa é a filha de Micheline Presle, protagonista de Falbalas, filme de 1944 que, segundo o estilista, teria sido o seu primeiro contato com a moda. “Com Fashion Freak Show eu consegui reunir esses dois mundos”.

A avant-première do espetáculo é nesta quarta-feira (19), e a estreia oficial acontece no dia 2 de outubro. Depois de seis meses em cartaz no Folies Bergère, uma turnê internacional já faz parte dos planos do enfant terrible da moda francesa.

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