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Femen

Grupo feminista Femen celebra 10 anos de protestos com festa em Paris

O grupo Femen celebra 10 anos de existência nesta quinta-feira (19). As militantes feministas, que ficaram conhecidas mundialmente por protestos nos quais mostravam os seios nus, comemoram a data com uma festa em Paris, na casa de espetáculos La Bellevilloise.

O grupo fez vários protestos na França, principalmente contra o partido de extrema-direita Frente Nacional.
O grupo fez vários protestos na França, principalmente contra o partido de extrema-direita Frente Nacional. REUTERS/Philippe Wojazer
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O grupo Femen nasceu na capital ucraniana em 2008, quando as jovens Anna Hutsol, Oksana Chatchko et Sacha Chevtchenko decidiram se mobilizar contra a situação da mulher em seu país. Mas, rapidamente, o grupo ficou conhecido além das fronteiras do país, quando, em 2012, protestou contra o turismo sexual durante a Eurocopa sediada pela Polônia e pela Ucrânia. A imagem das militantes, usando coroas de flores e com slogans pintados nos seios nus, deram a volta ao mundo.

Visando não apenas a exploração sexual, mas também a influência da igreja católica, o grupo multiplicou ações principalmente na Europa. Em 2013, oito militantes entraram na catedral de Notre-Dame de Paris, seminuas, tocando sinos, para festejar o fim do pontificado do papa Bento 16.

Militantes do grupo Femen durante protesto diante da catedral Notre-Dame de Paris
Militantes do grupo Femen durante protesto diante da catedral Notre-Dame de Paris REUTERS/Charles Platiau

As militantes também protestaram contra a penalização da prostituição, a violência conjugal e a luta contra os extremismos políticos. Nesse âmbito, o partido de extrema-direita francês, Frente Nacional, foi um dos alvos preferidos, tendo alguns de seus comícios interrompidos por militantes. Diante da violência das forças de ordem durante as ações, algumas militantes começaram a passar por um treinamento físico, inclusive com aulas de defesa pessoal.

#MeToo teria diluído a ação das Femen

Dez anos depois, o grupo perdeu um pouco de sua visibilidade, e conta atualmente com cerca de 30 ativistas permanentes, além de centenas de membros, muitas delas na França, onde as Femen criaram sua base principal e fizeram várias ações. Entre os protestos recentes, as integrantes manifestaram, em janeiro, contra a visita do presidente turco Recep Tayyip Erdogan a Paris, ou ainda, no mesmo mês, durante uma passeata do grupo católico Civitas contra a fertilização in vitro. Ambos os atos passaram quase despercebidos pela imprensa. Há quem diga que o movimento #MeToo teria diluído a ação das Femen em meio à onda de protestos feministas que tomou o mundo.

Mesmo assim, o Femen mantém suas ações, tendo sempre a exposição dos seios nus como assinatura em cada manifestação, apesar das críticas dos mais conservadores. “Utilizar o corpo como ferramenta de protesto, de liberação, e mostrá-lo de forma ativa, agressiva e política, é absolutamente pertinente”, defendeu recentemente Inna Shevchenko, que dirige a organização desde 2012. Além disso, as militantes continuam discretamente sua expansão, com representantes na Espanha, Suécia, Alemanha, Canadá e Turquia, além da França e Ucrânia. A próxima ambição, segundo Schevchenko, é lançar uma filial das Femen no Irã.

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