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Macron reúne líderes europeus e africanos contra jihadistas no norte da África

Líderes europeus e africanos reuniram-se nesta quarta-feira (13) nos arredores de Paris para acelerar a implementação da força regional do Sahel G5 contra jihadistas que estão ganhando terreno nesta área às portas da Europa.

Líderes europeus e africanos durante a cúpula do Sahel G5, nos arredores de Paris, em 13 de dezembro de 2017.
Líderes europeus e africanos durante a cúpula do Sahel G5, nos arredores de Paris, em 13 de dezembro de 2017. REUTERS/Michel Euler/Pool
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O Sahel é a região subsaariana do norte da África, entre o deserto do Saara ao norte e as savanas do Sudão ao sul. Compreendido por Mali, Chade, Niger, Burkina Faso e Mauritânia, o local tem visto aumentar rapidamente o número de extremistas islâmicos organizados. O presidente francês, Emmanuel Macron, que criou a força-tarefa militar do Sahel G5, composta de contingentes fornecidos por cinco países do Sahel, considera esta iniciativa uma das prioridades de sua política externa.

Macron recebeu os líderes do Sahel do G5 pela manhã no Château de la Celle-Saint-Cloud, perto de Paris: o malinês Ibrahim Boubakar Keïta, o nigerino Mahamadou Issoufou, o burkinabe Roch Marc Christian Kaboré, o chadiano Idriss Déby e o mauritanês Mohamed Ould Abdelaziz.

Do lado europeu, a chanceler alemã Angela Merkel, cujo país implementou um contingente no Mali, e os chefes dos governos italianos Paolo Gentiloni e o belga Charles Michel, responderam à chamada do presidente francês. Vários financiadores da campanha do Sahel G5, incluindo a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e os Estados Unidos, também estiveram representados na reunião.

Para que a África não se torne um novo Oriente Médio

O objetivo da força-tarefa é "aumentar a mobilização das forças de segurança antijihadistas do Sahel G5 no plano militar, político e financeiro", afirmou nesta quarta-feira (13) um comunicado oficial do Palácio do Eliseu. "Esta é uma iniciativa que está ganhando impulso, mas há um problema de ritmo", afirmou a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, em entrevista à RFI. "Nós temos que ir mais rápido", insistiu.

Os grupos jihadistas africanos, dispersos durante a intervenção francesa em 2013, já retomaram forças no norte e no centro do Mali, apesar da presença de 12.000 capacetes azuis e da força francesa Barkhane, que tem 4.000 homens espalhados pela região. Os extremistas multiplicaram os ataques contra essas forças e o exército malinês, além de aumentarem em 2017 suas ações no centro e sul do Mali, na fronteira com o Níger e Burkina Faso, que também são afetados regularmente pelas invasões jihadistas.

Lançado no início deste ano, a iniciativa do Sahel G5 visa formar uma força de 5.000 homens, constituídos por soldados dos cinco países envolvidos, até meados de 2018. A força-tarefa já tem uma sede em Sévaré, no Mali, e recentemente realizou uma primeira operação na zona "de tríplice fronteira" entre Mali, Níger e Burkina Faso.

Jihadistas almejam enfraquecer Estados institucionalmente frágeis

Apesar de serem apenas algumas centenas - entre 500 e 800, de acordo com as estimativas -, os jihadistas africanos têm a capacidade de enfraquecer Estados extremamente frágeis, com destaque para o Mali.

Além do problema da segurança, devemos "combater as causas profundas: a fraqueza do Estado de Direito na região e o abuso de poder", disse Corinne Dufka, comissária africana da Human Rights Watch (HRW), em comunicado divulgado nesta quarta-feira. A luta também é complicada pelos problemas no processo de paz no Mali, que está lutando para reconciliar os diferentes partidos e grupos no sul e norte do país.

A reunião desta quarta-feira será complementada por uma cúpula do Sahel G5 em fevereiro, em Bruxelas, que poderia dar um papel mais importante a outros países africanos, como o Senegal ou a Argélia, um país-chave na região.

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