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François Fillon

Pressionado, François Fillon pede apoio em comício em Paris

Mergulhado em um escândalo de empregos fantasmas para a família, o candidato da direita às eleições presidenciais da França resiste às pressões para abandonar a corrida. Em comício neste domingo (5), na Esplanada do Trocadero, em Paris, ele pediu aos simpatizantes que “não abandonem a luta”.

François Fillon comparece ao comício no Trocadero ao lado da mulher, Penelope.
François Fillon comparece ao comício no Trocadero ao lado da mulher, Penelope. REUTERS/Philippe Wojazer
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"Meus caros compatriotas", começou Fillon. "Eles pensam que estou sozinho. Querem que esteja sozinho. Estou sozinho?" Diante da resposta de apoio da multidão agitando bandeiras francesas, o candidato do partido Os Republicanos agradeceu o comparecimento e reclamou da perseguição sofrida.

A polícia estima que entre 35 mil e 40 mil pessoas participaram da concentração. Os organizadores falam em 200 mil presentes.

A pressão judicial cresceu em torno de Fillon depois que a Polícia revistou sua residência, na quinta-feira (2), no âmbito da investigação sobre os salários recebidos por sua esposa e por seus dois filhos em cargos fictícios de assistentes parlamentares. O candidato foi intimado a comparecer diante da Justiça no próximo dia 15.

Erros e desculpas

Fillon, que completou 63 anos no sábado (4), admitiu “erros” e pediu desculpas aos simpatizantes, mas o candidato disse estar seguro de provar sua inocência. Penelope, a mulher e pivô do escândalo batizado de “Penelopegate”, estava a seu lado durante o pronunciamento de meia hora.

A organização do comício teve participação do grupo “Sens Commun” (“bom senso”, em tradução livre), vertente do do movimento “Manif pour Tous”, um coletivo de associações de luta contra o casamento para pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por casais homossexuais. A partir de 2013, o movimento levou milhares de franceses às ruas contra a lei do casamento gay.

Vários integrantes do partido Os Republicanos pediram o afastamento de Fillon da candidatura. Integrantes de peso, como o porta-voz Thierry Solère e o chefe de campanha Patrick Stefanini, abandonaram seus postos.

Em entrevista ao vivo no domingo à noite, pela televisão, François Fillon declarou que o único que vai decidir que continua ou não na corrida eleitoral é ele prório. Ele declarou que vai propor nos próximos dias uma nova equipe de campanha.

Embolando as previsões

O nome do ex-primeiro-ministro Alain Juppé, 71, tem sido indicado como um provável substituto para assumir as rédeas da candidatura do partido Os Republicanos. Ele foi derrotado por Fillon nas primárias da direita e centro. Pelo Twitter, Juppé disse que fará uma declaração em Bordeaux, seu feudo político, às 10h30 de segunda-feira (6).

O primeiro turno das eleições presidenciais na França acontece no dia 23 de abril. Pesquisas de opinião indicam que Fillon, que chegou a liderar as intenções de voto, não passaria, por causa dos escândalos recentes, à segunda fase. Os estudos indicam a probabilidade de uma disputa entre o liberal independente Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do atual governo socialista, e Marine le Pen, do partido de extrema direita Frente Nacional.

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