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Imprensa

"A partir de hoje, tudo pode acontecer", diz jornal francês sobre posse de Trump

O assunto dos principais jornais franceses desta sexta-feira (20) não poderia ser outro: a posse de Donald Trump, que se torna hoje o 45° presidente da história dos Estados Unidos. Nas páginas da imprensa francesa, muita preocupação com um líder considerado "anormal", "imprevisível" e "uma má notícia para a França".

A posse de Donald Trump é capa dos jornais franceses Libération e Le Parisien desta sexta-feira, 20 de janeiro de 2017.
A posse de Donald Trump é capa dos jornais franceses Libération e Le Parisien desta sexta-feira, 20 de janeiro de 2017. RFI
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Um presidente "anormal", diz em sua manchete de capa o jornal Aujourd'hui en France, que considera que o bilionário será o chefe de Estado mais imprevisível que o país já teve. "A partir de hoje, tudo pode acontecer", escreve o diário. Em editorial, o Aujourd'hui en France diz estar preocupado com a intenção de Trump de adotar uma política que se assemelha à que os Estados Unidos utilizava antes da Segunda Guerra Mundial. "Para a França, essa é uma má notícia", reitera o jornal.

O diário explica que, desde 1945, a França e os Estados Unidos se tornaram muito mais que simples aliados. Além disso, para o Aujourd'hui en France, Trump incita a desunião na Europa, aplaudindo o Brexit, criticando a política da chanceler alemã Angela Merkel e desprezando a França. "Se os Estados Unidos não precisam mais da Europa, resta a nós, europeus, obter uma autonomia política maior para continuar tendo peso no cenáeio internacional", escreve o jornal em seu editorial.

Festa para uns, pesadelo para outros

Preocupação também da parte do jornal progressista Libération. Estampando uma foto de capa inteira, do bilionário fazendo uma careta no vento, sua manchete diz: "Trump, vamos lá". A principal matéria do Libé é escrita em tom de apreensão e lembra que a equipe de governo escolhida pelo magnata pode ser "mais preocupante" que o próprio Trump. "Festa para uns, pesadelo para outros. Nunca, na história dos Estados Unidos um presidente dividiu tanto os americanos", publica Libération.

Militantes anti-Trump prometem estragar a cerimônia, manifestando sua revolta contra quem consideram um presidente ilegítimo. A mobilização contra o bilionário continua no sábado, lembra o jornal. Mais de 200 mil manifestantes devem protestar em Washington na Marcha das Mulheres, que reunirá, além de feministas, muçulmanos, imigrantes ilegais e ambientalistas, ou seja, toda a parcela da população que foi alvo das promessas e declarações polêmicas do republicano. Libération prevê que essa pode ser a manifestação mais importante da história americana.

O jornal Le Figaro lembra que Trump assumirá a presidência já batendo um recorde: o do chefe de Estado mais impopular do país antes mesmo de começar a governar. O republicano reúne apenas 40% das opiniões favoráveis, segundo as últimas pesquisas. Le Figaro também ressalta o desdém de Trump em relação essas sondagens sobre sua popularidade. No Twitter, o bilionário publicou que as pesquisas de opinião são falsas, segundo ele, "a exemplo do que aconteceu durante a campanha eleitoral" nos Estados Unidos.

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