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França: sem vencedor, candidatos à primária do PS e aliados têm 1° debate

Uma oportunidade para os participantes marcarem suas diferenças. Assim foi o primeiro debate desta quinta-feira (12) entre os sete candidatos à primária do Partido Socialista e aliados, da esquerda francesa. 

Candidatos à primária do PS e aliados, da esquerda, durante o primeiro debate em 12 de janeiro de 2017.
Candidatos à primária do PS e aliados, da esquerda, durante o primeiro debate em 12 de janeiro de 2017. REUTERS/Philippe Wojazer
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Meio desanimado e sem momentos fortes, este primeiro encontro foi considerado "um aquecimento" antes do segundo debate, no próximo domingo (15). Cerca de 3,8 milhões de telespectadores assistiram, menos do que as 5,6 milhões que acompanharam o primeiro debate da direita, em outubro do ano passado.

Do Partido Socialista, participaram o ex-primeiro-ministro Manuel Valls, e os ex-ministros Arnaud Montebourg, Benoît Hamon e Vincent Peillon. Sylvia Pinel (Partido Radical de Esquerda), François de Rugy (Partido Verde) e Jean-Luc Bennahmias (Frente Democrática), completaram o grupo.

Manuel Valls é considerado o favorito até agora, competindo com Arnaud Montebourg e Benoît Hamon. Vincent Peillon continua no papel de outsider, mas "deu um fora" ao falar de "um francês de origem muçulmana". Já os candidatos dos partidos menores como Silvia Pinel, François de Rugy e Jean-Luc Bennahmias, tiveram uma atuação comedida.

Depois do 1° debate, tudo está em aberto

A vontade de não dar uma imagem negativa do debate era visível e os candidatos não se enfrentaram de forma agressiva. A divergência sobre questões fundamentais veio à tona. Arnaud Montebourg e Benoît Hamon, por exemplo, deixaram claro sua aversão à construção europeia concebida pelo ex-presidente François Miterrand, que tem na sua base a aliança com a Alemanha. Ambos estão prontos para uma queda de braço com Berlim e querem acabar com o teto orçamentário de 3% do PIB. Os dois homens também pretendem, se eleitos, revogar a lei trabalhista do governo Hollande, um dos temas que mais divide os candidatos.

Se o grupo criticou em coro a atuação do presidente François Hollande, Manuel Valls tomou a direção contrária, defendendo o balanço do quinquenato e afirmando seu orgulho em ter participado do governo "em um momento tão difícil".

Segurança, terrorismo, trabalho, os temas foram abordados sem confrontos por cada um dos políticos. Em um raro momento mais caloroso, Vincent Peillon criticou Manuel Valls e denunciou "uma esquerda que assume a postura e o discurso da direita".

Conclusão: as cartas estão na mesa e tudo é possível. Ainda restam dois debates (em 15 e 19 de janeiro) antes do primeiro turno, no dia 22. No dia 25 ocorrerá um último debate entre os finalistas da primária e no dia 29 de janeiro acontecerá o segundo turno da primária do PS e aliados.

Esquerda francesa tem favoritos que não participam da primária

Mesmo se Manuel Valls está bem cotado, outros candidatos da esquerda, igualmente ex-ministros socialistas, estão bem mais à frente na preferência popular.

O ex-ministro da Economia de François Hollande, Emmanuel Macron, fundador do movimento "Em Marcha", é visto como o melhor candidato à presidencial de 2017 por 29% dos franceses, segundo recente pesquisa da TNS Sofres-One Point para as mídias RTL-Le Figaro-LCI. Macron está 10 pontos acima de Manuel Valls.

Jean-Luc Mélenchon, ex-ministro do governo de Lionel Jospin, dirige o partido que fundou, "La France insoumise" (A França insubmissa, em tradução livre), apoiado pelo PCF (Partido Comunista Francês). Ele tem 71% de apoio dos simpatizantes da esquerda radical.

 

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