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França/Atentado

Suspeito de atentado à fábrica na França teria ligação com o movimento salafista

Já foi identificado o suposto autor do atentado realizado nesta sexta-feira (26), em uma fábrica de gás natural em Isère (sudeste da França), no qual uma pessoa morreu e duas ficaram feridas. Ele se chama Yassin Salhi, nasceu em 1980 em Pontarlier, na mesma região do ataque, e é casado e pai de três filhos. 

Forças de segurança no local do atentado em Saint-Quentin-Fallavier, em Isère
Forças de segurança no local do atentado em Saint-Quentin-Fallavier, em Isère REUTERS/Emmanuel Foudrot
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Yassin era conhecido dos serviços secretos franceses por radicalização religiosa e tinha ligações com o movimento salafista, corrente radical islâmica. Ele morava em Saint-Priest, um município da região metropolitana de Lyon. O ministro do interior Bernard Cazeneuve afirmou que o terrorista foi neutralizado por um policial, que "teve muita coragem e sangue frio".

Pelo menos um segundo homem foi detido. "Um veículo foi visto passando várias vezes diante da fábrica, o número da placa foi anotado e o dono foi identificado", afirmou uma fonte policial. Sua casa foi revistada, mas não foi estabelecida nenhuma ligação entre o homem e o atentado.

Cabeça decapitada

Assim como o presidente François Hollande, Cazeneuve também confirmou que uma cabeça decapitada foi encontrada no local. Coberta com inscrições em árabe, a cabeça estava pendurada em uma grade, perto do local do atentado, indicaram fontes próximas à investigação. A identidade da vítima ainda não foi estabelecida.

O atentado ocorreu às 10h (5h de Brasília), na fábrica de gás da multinacional Air Products, segundo fontes judiciais. Hollande, que estava em Bruxelas, decidiu voltar a Paris e declarou que o Conselho de Segurança se reunirá em caráter de urgência, no Palácio do Eliseu, às 15h30 l(10h30 de Brasília).

Um balanço provisório informava ao meio-dia local sobre um morto, encontrado decapitado no local, e dois feridos leves, segundo uma fonte próxima à investigação.Um dos autores do atentado entrou na fábrica da Air Products com uma bandeira islamita e detonou vários cilindros de gás, indicaram as fontes.

"Segundo os primeiros elementos da investigação, um ou vários indivíduos, a bordo de um veículo, entraram na fábrica. Então ocorreu uma explosão", informou uma fonte próxima ao caso. "O corpo decapitado de uma pessoa foi encontrado nas imediações da fábrica, mas ainda não se sabe se foi transportado para lá ou não", acrescentou a fonte, que também mencionou "uma bandeira com inscrições em árabe encontrada no lugar".

Vigilância reforçada

O primeiro-ministro Manuel Valls ordenou uma vigilância reforçada em todos os locais sensíveis da região de Lyon, segunda cidade da França e que abriga muitas instalações industriais.

A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação, anunciou o procurador da República de Paris, François Moulins, em um comunicado.

O atentado ocorreu quase seis meses após os ataques islamitas que deixaram 17 mortos em Paris em janeiro e que começaram com um tiroteio na sede da revista satírica Charlie Hebdo.

Desde os atentados de janeiro, o governo colocou em andamento um drástico plano de vigilância antiterrorista no espaço público e o ministro do Interior repetiu em várias ocasiões que a ameaça na França continuava sendo muito elevada.

Cazeneuve indicou no início de junho que foram identificadas 1.750 pessoas "por envolvimento de uma forma ou de outra nas fileiras jihadistas". Por outro lado, ele disse que atualmente estão abertos 130 processos judiciais, envolvendo 650 pessoas, ligados ao terrorismo.

Entre 7 e 9 de janeiro, três jihadistas lançaram ataques contra o jornal satírico Charlie Hebdo, um supermercado kasher e policiais. Após os atentados, foi realizada uma histórica "marcha contra o terrorismo".

Cerca de quatro milhões de pessoas saíram às ruas da França e mais de 1,5 milhão de pessoas se concentraram na capital francesa, enquanto dezenas de líderes de todo o mundo expressaram sua condenação aos ataques.
 

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