Mohamed Merah filmou todos os seus assassinatos

O assassino de Toulouse gravou todos os seus crimes com uma câmera amarrada ao corpo, informou o procurador de Paris, François Molins, que teve acesso às imagens. Segundo ele, há cenas “extremamente explícitas”.

O procurador de Paris, François Molins, durante coletiva de imprensa, no último dia 20. REUTERS/Benoit Tessier

Molins cita uma cena em que Mohamed Merah se encontra com o vendedor de moto, no último dia 11 de março. O assassino pergunta sobre a função de militar do vendedor e o abate com dois tiros, dizendo: “Você mata meus irmãos, eu te mato”.

O procurador também cita a morte dos militares em Montauban, no dia 15. “Podemos vê-lo atirar contra os militares em uma cena extremamente violenta” e fugir de moto gritando “Allah Akbar”, que quer dizer “Deus é o maior”. Molins confirma também que Merah filmou o massacre que cometeu na escola judia de Toulouse na segunda de manhã, quando matou um professor e três crianças.

Seguindo indicações do próprio Merah, os negociadores do Raid conseguiram encontrar uma bolsa contendo uma câmera Go Pro, que ele utilizou para filmar a integralidade dos três ataques e havia deixado com uma pessoa. Merah teria dito ainda aos ngociadores do Raid que “postou os vídeos na Internet, mas sem poder dizer quando ou onde”.

Molins falou ainda que na quarta-feira, durante o cerco ao apartamento onde estava entrincheirado, Merah “falou, explicou seu percurso, seu engajamento, sua formação na rede Al-Qaida na zona entre o Paquistão eo Afeganistão”. Todas essas conversas entre Merah e os negociadores foram gravadas e farão parte do processo, segundo Molins.

Os negociadores do Raid encarregados da invasão receberam instruções às 8h da manhã, horário local, para “fazer de tudo para interrogar Merah em vida” e de atirar apenas “em legítima defesa”, acrescentou o procurador de Paris.