Seis piratas somális vão a julgamento na França por sequestro
A justiça francesa começa nesta terça-feira um julgamento inédito. Seis cidadãos da Somália respondem a acusações de sequestro e detenção de um veleiro francês em setembro de 2008. Se condenados, os réus podem pegar a prisão perpétua.
Publicado em: Modificado em:
Os seis piratas somális julgados a partir de hoje em Paris sequestraram, em setembro de 2008, um casal de franceses que navegava num veleiro no Golfo de Áden, rota marítima ao norte da Somália que se transformou num viveiro de sequestros. Após dez dias de cativeiro, o casal foi libertado por um comando militar francês que cercou o barco e prendeu os piratas.
Os seis homens foram trazidos para a França e passaram os últimos três anos detidos num presídio na região parisiense. Durante o sequestro, eles pediram um resgate de quatro milhões de dólares reduzido depois para dois milhões.
No julgamento, os seis piratas são acusados de detenção ilegal de embarcação, sequestro com pedido de resgate , formação de quadrilha e roubo em grupo organizado. Eles podem ser condenados a penas de até 30 anos de reclusão ou à prisão perpétua. O julgamento acontece num tribunal de menores, com audiências fechadas ao público, porque na época do sequestro um dos piratas tinha menos de 18 anos.
Os advogados dos somális denunciam que durante mais de dois anos, eles não puderam receber visitas na prisão nem se comunicar com suas famílias. Esse isolamento levou alguns deles à automutilação.
Ao todo, tramitam na justiça francesa quatro processos desse tipo, envolvendo 22 piratas somális.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro