Redação de jornal satírico francês é incendiada
A redação do jornal satírico francês Charlie Hebdo foi destruída por um incêndio criminoso nesta madrugada. A publicação de uma edição especial ironizando a xariá é o motivo provável para o ataque. O " Xariá Hebdo" está à venda nas bancas nesta quarta-feira.
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Por volta da 1 hora da manhã em Paris, 10 horas da noite em Brasília, o diretor do Charlie Hebdo, Stéphane Charbonier, relata que um vidro da redação foi quebrado e, em seguida, foi lançado um coquetel molotov. O fogo destruiu cerca de 70% das instalações do jornal, estimam os bombeiros que chegaram rapidamente. Não há registro de vítimas.
O incêndio criminoso foi provocado apenas algumas horas antes da chegada às bancas do "Xariá Hebdo". A edição especial jornal satírico ironiza a xariá, lei islâmica, e a vitória do partido islâmico conservador Enhada nas eleições da Tunísia. Em tom de provocação, a publicação traz na capa um desenho de um risonho profeta Maomé, anunciado como o editor-chefe, e a citação: "cem chibatadas se você não morrer de rir".
Trechos da edição do jornal já haviam caído na inetrnet no começo da semana, provocando protestos indignados nas redes sociais e no twitter. O site do Charlie Hebdo também foi atacado nesta manhã por hackers que colocaram na página inicial uma foto de Meca e passagens do Corão.
O Islamismo repudia representações de Alá e de Maomé. Justamente por isso, em 2006, o Charlie Hebdo já havia sido alvo de protestos e de acusação de difamação por publicar caricaturas de Maomé originalmente divulgados pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten. A publicação dos desenhos desencadeou protestos violentos em diferentes países muçulmanos. Philippe Val, ex-diretor do jornal foi inocentado no Tribunal de Paris.
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